Entendendo as Fraturas na Coluna Torácica: Diagnóstico, Classificação e Tratamento

Por RAQUEL LUIZA,


Lesões na coluna | Entrevista | Drauzio Varella

A coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal, é uma estrutura vital do nosso corpo, responsável por sustentar cerca de dois quintos do nosso peso corporal total. Composta por tecido conjuntivo e uma série de ossos chamados vértebras, a coluna consiste em 24 vértebras, sacro, cóccix e, juntamente com a cabeça, esterno e costelas, forma o esqueleto axial.

Essa estrutura crucial é dividida em quatro regiões principais: cervical, torácica, lombar e sacro-coccígea. Cada uma dessas regiões desempenha funções específicas, desde proteger a medula espinhal e os nervos até fornecer suporte para o peso do corpo e permitir movimentos complexos.

Post — Dr. Ernani Abreu l Especialista em Coluna

A coluna torácica, por exemplo, compreende doze vértebras e desempenha um papel crucial na articulação com as costelas, influenciando a função dos ombros e das escápulas. Apesar de possuir uma amplitude menor de movimento devido à caixa torácica que a circunda, a mobilidade torácica desempenha um papel essencial na postura e na capacidade de movimento do corpo.

Infelizmente, lesões traumáticas da coluna torácica e lombar são comuns, especialmente em adultos jovens do sexo masculino. Esses traumas podem resultar em danos neurológicos significativos, que podem ocorrer no momento do trauma ou secundariamente. Estatísticas mostram que cerca de 8,6% dos pacientes internados com traumas ortopédicos apresentam lesões na medula espinhal.

Classificar as lesões da coluna vertebral é essencial para determinar a gravidade e o curso do tratamento. O conceito de três colunas, que divide a coluna vertebral em coluna anterior, média e posterior, permite uma compreensão mais precisa da extensão da lesão e sua estabilidade.

As fraturas na coluna torácica são frequentemente causadas por traumas de alta energia e podem variar em gravidade e tipo. Fraturas por compressão, por explosão, por flexão-distração e fraturas-luxações são exemplos comuns, cada uma com suas características específicas e implicações no tratamento.

O diagnóstico precoce e preciso dessas lesões é fundamental para um tratamento eficaz. Exames de imagem, como radiografias, tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas, são essenciais para avaliar a extensão da lesão e planejar o tratamento adequado.

O tratamento das fraturas na coluna torácica pode variar de acordo com a gravidade da lesão. Em casos leves, o tratamento conservador com o uso de coletes pode ser suficiente. No entanto, em lesões mais graves, especialmente aquelas que envolvem danos à medula espinhal, a cirurgia pode ser necessária para estabilizar a coluna e prevenir complicações futuras.

Em todos os casos, é crucial buscar cuidados médicos imediatos após um trauma na coluna vertebral. O tratamento adequado e o acompanhamento médico são essenciais para garantir uma recuperação adequada e minimizar o risco de complicações a longo prazo.

Referências

1. Hu R., Mustard C.A., Burns C.: Epidemiology of incident spinal frac- ture in a complete population. Spine 21: 492-499, 1996.

2. Barros Filho T.E.P., Oliveira P.R., Cristante A.F., Gebrin A.S., Sorrilha A., Marcon R.M.: Novo sistema de classificação das lesões traumáticas da coluna vertebral: estudo crítico de 100 casos. Acta Ortop Bras 5: 93-98, 1997.

 

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