Guia Completo da Asma Brônquica: Sintomas, Diagnóstico e Tratamento.

Por RAQUEL LUIZA,

 


A asma brônquica é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, caracterizada por hiper-responsividade brônquica e obstrução ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Essa condição leva a episódios recorrentes de sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse, principalmente durante a noite e pela manhã.

Crise Asmática

A crise asmática é um episódio agudo de piora dos sintomas respiratórios, causado pela inflamação das vias aéreas, edema da mucosa, produção excessiva de muco e broncoespasmo. Pode variar de leve a grave, necessitando atenção médica urgente em casos extremos.

Apresentação Clínica

  • Sintomas: Sibilos, dispneia, tosse, aperto torácico.
  • Sinais: Uso de musculatura acessória, taquipneia, sudorese, hipoxemia.
  • Gravidade: Varia de leve (dispneia leve) até grave (incapacidade de falar, cianose e insuficiência respiratória iminente).

Fatores Precipitantes

  • Alérgenos (poeira, ácaros, pêlos de animais)
  • Infecções respiratórias virais ou bacterianas
  • Exercício físico
  • Mudanças climáticas bruscas
  • Fumaça de cigarro e poluição
  • Estresse emocional
  • Uso de medicamentos (AINEs, beta-bloqueadores)

Classificação da Crise Aguda de Asma

Característica Crise Leve a Moderada Crise Grave
Dispneia Presente, mas fala normalmente Incapacidade de falar frases completas
Sibilos Presentes, mas audíveis apenas com estetoscópio Muito intensos ou ausentes (silêncio auscultatório)
Uso de musculatura acessória Leve ou ausente Marcante, retração intercostal
Frequência respiratória Levemente aumentada Muito aumentada ou reduzida (fadiga respiratória)
Saturação de O2 > 92% < 90%
Estado mental Alerta Confusão ou sonolência

Fatores de Risco para Crise Grave

  • Internações ou intubação prévias
  • Uso frequente de corticoides sistêmicos
  • Uso excessivo de beta-agonistas de curta duração
  • Comorbidades (DPOC, obesidade, doenças cardiovasculares)
  • Falta de adesão ao tratamento

Exames Complementares

  • Gasometria arterial: Avalia hipoxemia e hipercapnia.
  • Oximetria de pulso: Monitora a saturação de oxigênio.
  • Radiografia de tórax: Indicado para suspeita de complicações (pneumotórax, pneumonia).
  • Espirometria: Diagnóstico e monitoramento da asma (não essencial em crise aguda).

Diagnóstico Diferencial

  • DPOC descompensada
  • Edema agudo de pulmão
  • Corpo estranho em vias aéreas
  • Pneumotórax
  • Embolia pulmonar

Conduta no Atendimento

  1. Avaliação inicial: Gravidade dos sintomas e sinais vitais.
  2. Oxigenoterapia: Manter saturação > 92%.
  3. Broncodilatadores inalatórios: Salbutamol + ipratrópio por nebulização.
  4. Corticoterapia sistêmica: Prednisona oral ou hidrocortisona EV em casos graves.
  5. Monitoramento contínuo: Reavaliação frequente.
  6. Ventilação mecânica: Necessária em casos de insuficiência respiratória.

Observações sobre a Espirometria

A espirometria é fundamental para confirmar o diagnóstico e monitorar a asma, mas não deve atrasar o tratamento em crises agudas.

Conduta Hospitalar

  • Crise Leve a Moderada: Broncodilatadores inalatórios + corticoide oral + alta com prescrição e orientação.
  • Crise Grave: Nebulização contínua, corticoide EV, internação em unidade de emergência.
  • Insuficiência Respiratória Imminente: UTI, ventilação mecânica invasiva se necessário.

Medicações Utilizadas

  • Beta-agonistas de curta ação (SABA): Salbutamol
  • Anticolinérgicos: Ipratrópio
  • Corticoides sistêmicos: Prednisona, hidrocortisona
  • Magnésio intravenoso: Casos graves

A abordagem adequada da asma, tanto no diagnóstico quanto no tratamento, é essencial para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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