Segunda dose só para quem recebeu a primeira no DF

Secretaria de Saúde vai exigir comprovação no cartão de vacinação e garantir a imunização apenas em quem começou o processo por aqui

HÉDIO FERREIRA JÚNIOR, DA AGÊNCIA BRASÍLIA | EDIÇÃO: MÔNICA PEDROSO
O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, explicou que a trombose não está entre os efeitos colaterais registrados no DF e pediu que a população tome a vacina que estiver disponível | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

A partir de agora, o Governo do Distrito Federal (GDF) só irá aplicar a segunda dose da vacina contra covid-19 em quem tomou a primeira no DF. O anúncio foi feito pelos secretários da Casa Civil Gustavo Rocha e da Saúde Osnei Okumoto, em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (19), no Palácio do Buriti.

O controle será feito pelo registro de identificação do DF no cartão de vacinação do Sistema Único de Saúde. A quem tiver iniciado o processo em outro estado, a imunização será negada. A decisão foi tomada para garantir a paridade entre a dosagem do antídoto aplicado na primeira fase e o número resguardado pelo governo para aplicação da segunda.

“As vacinas chegam aqui já para um público específico. E aqueles que tomaram a primeira dose têm a segunda dose garantida”Gustavo Rocha, secretário da Casa Civil

Até esta segunda-feira (19), o DF recebeu do governo federal 712.310 doses da vacina contra a covid-19, sendo 537.560 da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, e 175.750 da Oxford/AstraZeneca. De todo esse quantitativo, 297.680 estão guardadas e refrigeradas aguardando o prazo de aplicação para quem vai receber a segunda dose.

“As vacinas chegam aqui já para um público específico. E aqueles que tomaram a primeira dose têm a segunda dose garantida. Se pessoas que tomaram a primeira dose em outros estados vierem tomar a segunda aqui, essa paridade entre as duas etapas vai quebrar e comprometer o estoque que está reservado”, explicou Gustavo Rocha.

AstraZeneca eficiente

Durante a interação com os jornalistas, os secretários alertaram que não há diferença de qualidade nas marcas de vacina aplicadas no DF. Osnei Okumoto fez um chamamento para que a população apta a receber o imunizante não deixe de fazê-lo por encontrar um antídoto do fabricante diferente do desejado.

“As duas marcas são igualmente seguras e eficazes. É importante não recusar a que estiver disponível e se manter fora do risco de contaminação”Osnei Okumoto, secretário de Saúde

Isso aconteceu depois que o número de cidadãos com 64 e 65 anos vacinados entre sexta (16) e domingo (18) foi de pouco mais de 50% do previsto para o público – alvo. Estima-se que o DF tenha cerca de 40 mil pessoas nessa faixa etária, mas apenas 22.729 foram imunizadas desde que a vacina foi liberada.

“Percebemos que muitas pessoas chegavam aos postos perguntando qual a marca disponível. Ao saberem se tratar da AstraZeneca, se recusaram alegando esperar a disponibilidade da CoronaVac, voltando para casa sem se vacinar” contou o secretário Osnei.

Acompanhe na íntegra a entrevista coletiva desta segunda-feira (19):

Os riscos de trombose, uma preocupação que surgiu entre a população idosa como reação à vacina da Oxford, foi afastado por Osnei. Levantamento da secretaria aponta que o chamado fenômeno tromboembólico não aparece entre os principais efeitos adversos de nenhuma das duas vacinas.

Até agora, no DF, foram registrados 1.495 casos com efeitos colaterais registrados em quem tomou a primeira, sendo 995 em imunizados pela CoronaVac e 500 pela AstraZeneca. Em todos eles, dores de cabeça e muscular, diarreia, reação no local de aplicação da vacina, febre e reação alérgica surgiram como os principais sintomas detectados.

“As duas marcas são igualmente seguras e eficazes. É importante não recusar a que estiver disponível e se manter fora do risco de contaminação”, completou o secretário de Saúde.

 

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