PRINCIPAIS PATOLOGIAS ARTICULARES – EPIFISIÓLISE FEMORAL PROXIMAL

Por RAQUEL LUIZA,

 

EPIFISIÓLISE FEMORAL PROXIMAL

Definição

Deslizamento entre o colo e a epífise proximal do fêmur, geralmente progressivo e ligado a uma patologia prévia da placa de crescimento, esta última permanecendo em posição posterior e inferior.
É a causa mais frequente de dor e dificuldade de locomoção do quadril na adolescência.

 

Anatomia

O quadril é uma articulação esférica. O soquete é formado pelo acetábulo, que é parte do osso grande da pelve. A bola é a cabeça femoral, que é a extremidade superior do fêmur (osso da coxa).

Como os outros ossos longos no corpo, o fêmur não cresce do centro para fora. Em vez disso, o crescimento ocorre em cada extremidade do osso ao redor de uma área de cartilagem em desenvolvimento chamada placa de crescimento (fise).

As placas de crescimento estão localizadas entre a parte alargada do eixo do osso (metáfise) e a extremidade do osso (epífise). A epífise na extremidade superior do fêmur é o centro de crescimento que se torna a cabeça femoral.

 

Causa
A causa do EEPF não é conhecida. A condição é mais provável de ocorrer durante um surto de crescimento e é mais comum em meninos do que meninas.

Os fatores de risco que tornam alguém mais propensos a desenvolver a condição incluem:

  • Peso excessivo ou obesidade – a maioria dos pacientes está acima do percentil 95 do peso.
  • História familiar de EEPF.
  • Um distúrbio endócrino ou metabólico, como o hipertireoidismo, é mais provável que seja um fator para pacientes que são mais velhos ou mais jovens do que a faixa etária típica para EEPF (10 a 16 anos de idade).

 

SINTOMATOLOGIA

Clinicamente, observa-se dor no quadril, dificuldade de locomoção, rotação externa do membro, limitação da rotação interna e impossibilidade de flexão do quadril, a menos que seja realizada rotação externa simultânea. Pode se apresentar de forma aguda ou crônica com exacerbações.

Os sintomas são: claudicação, atitude de rotação externa do membro inferior afetado e dor de intensidade variável, relacionada com os esforços físicos. No início a dor é localizada na região inguinal ou no quadril, podendo irra-diar-se para a porção ântero-medial da coxa e do joelho(1,18).

 

DIAGNÓSTICO

No exame clínico, existe limitação funcional da rotação interna, abdução e flexão do quadril e, na dependência do montante do escorregamento, pode haver, em menor ou maior grau, a necessidade de rodar externamente o membro examinado para conseguir progredir no movimento de flexão (manobra de Drehman).

A confirmação do diagnóstico é feita mediante radiografias simples em projeção ântero-posterior (AP) da bacia em posição de rã ou dupla abdução (Lauenstein), nas quais, antes mesmo do deslocamento da epífise em relação ao colo, pode-se avaliar a altura ou espessura aumentada de placa de crescimento, que se torna também lisa, “careca”, perdendo seu característico aspecto serrilhado devido às impressões mamilares. Uma linha traçada na porção superior do colo femoral, na radiografia em AP, deve atravessar parte do núcleo epifisário (sinal de Trethowan) e, quando não o faz, sugere a presença do escorregamento. Além da osteopenia detectada no colo femoral, atribuída ao relativo desuso ou à hipervascularização reacional, nos escorregamentos de maior monta pode-se notar uma linha de esclerose sobreposta à imagem do colo (sinal do crescente de Steel), que traduz a visão radiográfica frontal da epífise, escorregada para posterior em relação ao colo.

 

TRATAMENTO

Consiste na epifiodese con parafuso.

Epifisiolise Proximal do Fêmur
Os casos avançados requerem osteotomia,  que é o seccionamento cirúrgico de um osso, com o fim de corrigir uma restauração ou deformidade do esqueleto, ou por consolidação viciosa de fratura, ou por anomalias congênitas ou adquiridas. Visando a correção de uma deformidade da articulação do quadril. Geralmente esse tipo de cirurgia é feito nos membros de locomoção que têm seus movimentos tolhidos por anomalias ósseas. Em alguns casos, faz-se a extração de fragmentos do osso que contém a deformidade.

 

 

REFERENCIAS

1. Crawford A.H.: Current concepts review slipped capital femoral epi- physis. J Bone Joint Surg [Am] 70: 1422-1427, 1988.

2. Koval K.J., Lehman W.B., Rose D., Koval R.P., Grant, A., Strongwater, A.: Treatment of slipped capital femoral epiphysis with a cannulated screw technique. J Bone Joint Surg [Am] 71: 1370-1377, 1989.

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