Cardiopatia Congênita

Por RAQUEL LUIZA,

Principais Cardiopatias Congênitas - Seu Cardio Cirurgia Cardiovascular

Cardiopatia Congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração que surge nas primeiras oito semanas de gestação quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos mais tarde.

Os distúrbios do desenvolvimento intrauterino do sistema cardiovascular ocorrem em 1% dos recém-nascidos vivos.
Em termos gerais, são mais frequentes nos homens e as anomalias extracardíacas estão associadas em 25% dos casos.
Fatores causais genéticos e ambientais são reconhecidos. Entre os ambientais, destacam-se a rubéola materna, o uso de talidomida, o alcoolismo materno e o tratamento com lítio.
O espectro das malformações é muito variado: desde alterações leves, sem comprometimento hemodinâmico, até alterações graves que comprometem seriamente a sobrevida.
A cardiopatia congênita mais comum é a comunicação interventricular, na qual existe um defeito no septo que separa os dois ventrículos e permite a mistura do sangue dos circuitos arterial e venoso.
A tetralogia de Fallot é uma condição complexa que associa a comunicação ventricular, obstrução do fluxo de saída do ventrículo direito, deslocamento da aorta sobre o defeito septal e hipertrofia do ventrículo direito.
Na transposição dos grandes vasos, a aorta origina-se do ventrículo direito e a artéria pulmonar origina-se do ventrículo esquerdo.

Incidência

Os médicos pediatras sabem como as cardiopatias congênitas são problemas de saúde muito comuns, afetando cerca de 10 indivíduos para cada 1.000 nascidos vivos. A taxa de natimortos chega a 24 para cada 1.000 casos. Todos os anos cerca de 130 milhões de crianças nascem no mundo com algum tipo de cardiopatia congênita. Só no Brasil são mais de 21 mil bebês que precisam de algum tipo de intervenção cirúrgica para sobreviver em decorrência de cardiopatias deste tipo.

A doença é responsável pela causa mais comum de má formação fetal e também é a 3ª causa mais frequente de mortalidade infantil, em torno de 10% dos casos. Na maioria dos registros não há alterações cromossômicas em casos com ausência de outras malformações. De forma isolada, as cardiopatias congênitas são 6,5 vezes mais comuns que anormalidades cromossômicas.

 

SINTOMATOLOGIA

Depende da malformação.
Em geral, aparecem desde o nascimento ou nas primeiras horas de vida.
Quando há hiperfluxo pulmonar, são observados sintomas de insuficiência cardíaca, infecções respiratórias e hipertensão pulmonar.
Quando há mistura de sangue entre os dois circuitos e fluxo do circuito direito para o esquerdo, surge a cianose (coloração azulada da pele, geralmente devido à má oxigenação do sangue).

As cardiopatias congênitas podem ser identificadas na fase intrauterina, no nascimento ou mais tarde – na infância, adolescência e até na vida adulta, dependendo do tipo da alteração no coração e dos seus reflexos. Na fase intrauterina, o problema é geralmente detectado por meio de ecocardiograma fetal.

No nascimento, dificuldade ou cansaço ao mamar e cianose (o bebê fica com os lábios e/ou pontas dos dedos arroxeados) podem ser indicativos de cardiopatia congênita. Aproximadamente um quarto dos recém-nascidos com cardiopatias congênitas apresentam sintomas já no primeiro ano de vida, necessitando intervenções cardíacas.

Em crianças maiores, o sinal mais frequente é o cansaço para realizar atividades físicas. Algumas cardiopatias congênitas são mais brandas e acabam sendo descobertas apenas na adolescência ou na vida adulta, quando começam a surgir sintomas como cansaço e falta de ar. No exame clínico, o médico especialista – cardiologista ou cardiologista pediátrico – poderá observar fatores como o sopro cardíaco (associado ao defeito no coração) e solicitará exames como eletrocardiograma e ecocardiograma para confirmar o diagnóstico.

DIAGNÓSTICO

Depende da doença cardíaca.
Normalmente, o ecocardiograma Doppler permite observar alterações na anatomia e na direção e velocidade do fluxo sanguíneo.
O cateterismo cardíaco pode ser necessário.

 

TRATAMENTO

Depende da doença cardíaca.
Em alguns casos, apenas a observação é necessária, pois algumas doenças cardíacas são corrigidas com o crescimento e em outras é necessário recorrer a técnicas cirúrgicas complexas ou ao transplante.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *