Por RAQUEL LUIZA,
Infecção da válvula cardíaca.
Endocardite infecciosa é a infecção do endocárdio, normalmente por bactérias (em geral, estreptococo ou estafilococo) ou fungos. Pode provocar febre, sopros cardíacos, petéquias, anemia, fenômenos embólicos e vegetações endocárdicas. As vegetações podem levar a obstrução ou insuficiência valvar, abscesso miocárdico ou aneurisma micótico. O diagnóstico requer demonstração de microrganismos no sangue e, quase sempre, ecocardiografia. O tratamento consiste em terapêutica antimicrobiana prolongada e, às vezes, cirurgia.
Quase todos os germes podem causar endocardite.
Existem lesões, como insuficiência valvar ou comunicação interventricular, que podem facilitar a infecção.
A localização mais frequente é a válvula mitral, exceto em viciados em drogas intravenosas, que geralmente apresentam endocardite tricúspide.
Em 50% dos casos (válvulas nativas) o agente causador é o streptococcus viridans).
Em viciados por via intravenosa, o mais prevalente é o Staphylococcus aureus.
O Streptococcus bovis é observado em idosos, em 30% dos casos associado ao câncer de cólon.
A infecção de uma prótese valvar nos primeiros dois meses de cirurgia (endocardite protética precoce) reconhece o Staphylococcus epidermidis como o agente causal mais frequente.
Os fungos ocorrem em pacientes imunossuprimidos ou com nutrição dos pais ou dispositivos endovasculares.
SINTOMATOLOGIA
Clinicamente, são observados febre, sopro cardíaco e, às vezes, esplenomegalia (aumento do braço).
Os fenômenos embólicos são comuns e podem até ser a única manifestação. São frequentes no cérebro, membros inferiores, retina (manchas de Roth), almofadas dos dedos (nódulos de Osler), estilhaços subungueais e hemorragias subconjuntivais.
Outras manifestações são arritmias e bloqueios cardíacos, pericardite e insuficiência cardíaca.
retina (manchas de Roth)
DIAGNÓSTICO
Requer o isolamento do germe em amostras seriadas de sangue (hemoculturas) e a detecção de vegetações (conglomerados de germes, material inflamatório e fibrina) na superfície valvar por meio de ecocardiografia.
TRATAMENTO
Pacientes com patologias predisponentes, próteses valvares ou com história de endocardite que irão se submeter a certos procedimentos capazes de liberar germes na corrente sanguínea (extrações dentárias, cirurgia de amígdalas, procedimentos geniturinários invasivos ou gastrointestinais) devem realizar profilaxia com antibióticos.
Na endocardite, o tratamento com antibióticos deve ser administrado por quatro a seis semanas.
A possibilidade de troca valvar deve ser considerada na presença de insuficiência cardíaca por ruptura valvar, embolia recorrente, endocardite protética valvar precoce, abscesso perivalvar, infecção não controlada com bacteremia persistente ou no caso de etiologia fúngica.