Por RAQUEL LUIZA,
A insuficiência cardíaca é uma síndrome caracterizada pela incapacidade do coração de fornecer suprimento sanguíneo adequado para manter as necessidades metabólicas do corpo.
É uma síndrome complexa, caracterizada por anormalidades na função ventricular e na regulação neuro-hormonal do corpo.
O número de pessoas afetadas por esta patologia está aumentando no mundo ocidental e é reconhecida como a principal causa de hospitalização em pessoas com mais de 65 anos de idade.
Em um terço dos casos, ocorre como consequência de doença isquêmica do coração ou hipertensão. O terço restante corresponde a doenças das válvulas cardíacas, doenças do músculo cardíaco (cardiomiopatia), pericárdio ou aqueles com alto débito cardíaco (doença de Paget, beribéri, fístulas arteriovenosas, hipertireoidismo, anemia).
Tipos de insuficiência cardíaca
De acordo com a evolução dos sintomas, a insuficiência cardíaca pode ser classificada em:
- Insuficiência cardíaca crônica, que é desenvolvida ao longo dos anos devido à pressão alta, por exemplo, sendo o tipo mais comum de insuficiência;
- Insuficiência cardíaca aguda, que surge repentinamente devido a um problema grave, como infarto, arritmia grave ou hemorragia e deve ser tratada imediatamente e no hospital para evitar complicações;
- Insuficiência cardíaca descompensada, que surge em pacientes com insuficiência cardíaca crônica que não fazem o tratamento de forma adequada, sendo necessário internamento;
- Insuficiência cardíaca congestiva, também chamada de ICC, em que existe acúmulo de líquidos nos pulmões, pernas e barriga devido à dificuldade do coração em bombear o sangue. Entenda o que é e como identificar a ICC.
É importante que a insuficiência cardíaca seja identificada para que o tratamento seja iniciado logo em seguida para evitar o agravamento do problema e surgimento de complicações que possam colocar em risco a vida da pessoa.
SINTOMATOLOGIA
Pode se apresentar de forma aguda, secundária a um infarto do miocárdio ou ruptura de válvula, ou crônica. As formas crônicas freqüentemente se apresentam com exacerbações.
Os sintomas devem-se à incapacidade do sistema cardiovascular de lidar adequadamente com os fluidos e à diminuição do fluxo sanguíneo para o resto do corpo. O sintoma mais frequente é a dispneia (falta de ar), que surge no início com grande esforço para progredir até aparecer em repouso.
É devido ao acúmulo de líquido no pulmão. A dispneia paroxística noturna refere-se às crises de falta de ar e tosse que surgem à noite, com o paciente deitado, e que melhoram ao sentar-se na cama.
O acúmulo de líquidos também produz edema (inchaço) dos membros inferiores, dor no hipocôndrio direito (devido à congestão hepática) e distúrbios digestivos. O déficit de irrigação causa fadiga, fraqueza muscular e pele fria e pálida.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é fundamentalmente clínico e inclui os sintomas citados e alguns sinais como ingurgitamento de veias jugulares, taquicardia, ruídos cardíacos à auscultação, estertores pulmonares, refluxo de hepatojugulat e edema em membros inferiores.
O exame de Turin inclui análise de sangue completa, eletrocardiograma, radiografia de tórax e ecocardiograma.
Outros testes, como estudos de medicina nucléica e coronografia, são indicados quando há suspeita de causa coronariana.
TRATAMENTO
O melhor tratamento para a insuficiência coronariana é a doença cardíaca causal.
Em geral, o tratamento da insuficiência cardíaca inclui:
- Medidas relacionadas às mudanças no estilo de vida, como restrição de sal, líquidos e álcool na dieta, controle da pressão arterial e batimentos cardíacos e exercícios controlados,sob orientação do cardiologista, como caminhar, fazer hidroginástica ou andar de bicicleta, por exemplo.
- Medidas farmacológicas que incluem uma combinação de diuréticos, vasodilatadores, bloqueadores do receptor beta, inibidores da enzima de conversão da angiotensina e digitálicos. Inclui o uso de remédios para baixar a pressão, como Lisinopril ou Captopril, remédios para o coração, como Digoxina ou Amiodarona, ou remédios diuréticos, como Furosemida ou Espironolactona.
- Em alguns grupos de doenças cardíacas, como valvopatias e coronárias, o tratamento cirúrgico pode ser necessário.
Nos casos mais graves, em que o paciente não faz o tratamento de forma adequada ou quando o problema é identificado muito tarde, pode ser necessário fazer uma cirurgia para fazer transplante de coração.
Possíveis complicações
As complicações da insuficiência cardíaca geralmente surgem quando o tratamento não é feito corretamente e incluem insuficiência renal, podendo ser necessário diálise, problemas nas válvulas do coração, danos no fígado, infarto e até mesmo morte.