Por RAQUEL LUIZA,
Durante os meses de agosto e setembro me dediquei a escrever sobre o aparelho cardiovascular, um assunto muito extenso, que foi postado aqui, onde mostrei suas principais patologias relacionadas a esse assunto.
Termino hoje falando sobre um assunto que a muitos anos vem sendo queixa da humanidade, as varizes.
O primeiro registro que se conhece delas está estampado numa estátuta de mármore feita a quatro séculos antes de Cristo e encontrada em escavações proximas de Atenas. A imagem, hoje está guardada no Museo Nacional de Arqueologia da Grécia, retrata um homem segurando uma perna con veias dilatadas e tortuosas. Representando o agradecimento de um paciente pelo tratamento bem sucedido.
Passados mais de dois milênios desde que a obra foi esculpida, as varizes continuam incomodando muita gente — e quem mais se queixa hoje são as mulheres. Estatísticas da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgía Vascular ( SBACV), indicam que 38% dos adultos convivem com ela.
No público feminino, o número é ainda maior: 45% apresentam a condição. Entre as pessoas com 70 anos, 70% têm algum grau do quadro conhecido por insuficiência venosa crônica.
Para um melhor entendimento abaixo um resumo do que são as varizes, sintomas, diagnóstico e seu tratamento.
VARIZES
Dilatação e tortuosidade das veias superficiais das pernas.
Eles podem ser primários, devido à fraqueza da parede comgênita, ou secundários à insuficiência venosa profunda e impotência das veias perfurantes.
Fatores predisponentes, como postura do pé em longo prazo, gravidez e obesidade, são reconhecidos.
As varizes, também chamadas de varizes tronculares ou veias varicosas são veias doentes, dilatadas, tortuosas e superficiais nas pernas ou coxas que afetam mais as mulheres. Estas podem apresentar ou não sintomatologia, no entanto, apresentam quase sempre uma clara aparência inestética que pode afetar com a autoestima do doente.
As varizes são mais grossas do que os derrames, medindo mais de 3 mm de diâmetro. Os derrames, também conhecidos por “vasinhos” (o nome técnico é telangiectasias) são vasos sanguíneos finos arroxeados ou azulados, medindo menos do que 1 mm de largura. Além deste tipo de varizes, existe um outro tipo, conhecido por microvarizes ou varizes reticulares que medem entre 1 e 3 mm de diâmetro.
A maioria dos estudos indica que as varizes são mais frequentes nas mulheres entre os 20 e os 50 anos de idade, tendendo a doença a agravar e as veias a dilatar com o passar do tempo. Contudo, podem surgir varizes na adolescência e em crianças, sendo que o diagnóstico de varizes em grupos etários mais jovens, tem sido cada vez mais frequente e pensa-se que poderá ter como causas principais as alterações do estilo de vida da sociedade moderna.
As veias varicosas não são um problema circulatório exclusivo do sexo feminino. Também existem varizes nos homens. No sexo masculino, o diagnóstico é feito, habitualmente, mais tardiamente porque os homens observam menos as suas pernas, atrasam a ida ao médico e possuem pelos que dificultam a visibilidade das varizes.
SINTOMATOLOGIA
Geralmente, o motivo da consulta é estético.
As varizes podem dar a sensação de perna cansada e pesada, de dores nas pernas, de desconforto e dormência. São também sintomas associados às varizes, o calor, a comichão e o inchaço nas pernas. Estas queixas são mais frequentes no verão, no final do dia e após longas horas na posição de pé. Efetuar repouso, manter as pernas em posições elevadas e o uso de água fria são considerados bons comportamentos para ajudar a aliviar as queixas associadas às varizes. Veja mais informação em como prevenir varizes.
Alguns doentes não apresentam sintomas, mas apenas sinais. Os sinais estão relacionados com o aspeto das pernas. Assim os derrames, as próprias varizes e as alterações da pele como, a pele escura -hiperpigmentação, são exemplos de sinais associados à doença venosa.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito mediante a história clínica do paciente, ou seja, é realizado através da análise das queixas ou relatos do doente e pela observação, em particular do aspeto dos membros inferiores. A inspeção, com o paciente em pé, é suficiente na maioria dos casos.
Existem testes para determinar a localização de válvulas incompetentes usando ultrassom Eco- Doppler( untrasom vascular).
TRATAMENTO
Em geral, os pacientes melhoram com medidas conservadoras:
- Levantar as pernas periodicamente, evitar ficar em pé por muito tempo, fazer exercícios, massagens e meias elásticas de compressão.
As pequenas varizes podem ser tratadas com soluções esclerosantes.
Os maiores podem exigir tratamento cirúrgico.