Por RAQUEL LUIZA,
Perturbação do relaxamento do esfíncter esofágico inferior, resultando em obstrução funcional do esôfago durante a deglutição. Está associada a contrações anormais do corpo esofágico que dificultam a movimentação para o estômago.
A acalasia primária se deve a uma redução significativa da inervação do músculo esofágico, principalmente dos neurônios inibitórios dos plexos mesentéricos.
Acalasia secundária é observada em tumores gástricos e esofágicos, linfomas, amiloidose, doença de Chagas ou exposição a algumas toxinas ou drogas.
SINTOMATOLOGIA
Os principais sintomas são: disfagia (dificuldade para engolir) para sólidos e líquidos, dor no peito e regurgitação.
A perda de peso é progressiva ao longo dos anos.
O refluxo gastroesofágico é raro.
As complicações mais frequentes são esofagite, aspiração broncopulmonar e carcinoma esofágico.
DIAGNÓSTICO
No estudo radiológico com contraste, observa-se esôfago dilatado e adelgaçamento da porção distal em bico de ave.
O diagnóstico é confirmado pela medida das pressões intraesofágicas (manometriais), demonstrando relaxamento incompleto do esfíncter esofágico inferior após a deglutição.
A endoscopia é sempre necessária para descartar acalasias secundárias e avaliar a mucosa esofágica.
TRATAMENTO
A dilatação por balão é o tratamento de escolha.
A injeção endoscópica de toxina botulínica produz uma resposta benéfica em 90% dos pacientes, mas os sintomas reaparecem após um ano.
O tratamento cirúrgico também é eficaz e consiste em fazer incisões na musculatura lisa do esfíncter esofágico inferior para diminuir a pressão em repouso, mas sem comprometer a aderência. Atualmente, a técnica laparoscópica está substituindo a cirurgia aberta.