Por RAQUEL LUIZA,
Quase 90% dos tumores malignos do esôfago correspondem ao carcinoma espinocelular.
É observada com maior frequência em homens, a partir dos 60 anos e com baixo nível socioeconômico.
O adenocarcinoma de esôfago representa os 10% restantes dos casos.
O câncer de esôfago começa na mucosa (camada interna) e se desenvolve através da submucosa e da camada muscular. Existem dois tipos principais de câncer de esôfago:
- Carcinoma de células escamosas. Este tipo de câncer de esôfago começa nas células escamosas que revestem o esôfago. Geralmente se desenvolve na parte superior e média do órgão.
- Adenocarcinoma. Este tipo começa nas células glandulares, que produzem muco, na parte inferior do esôfago, na junção do esôfago com o estômago,
Diferentes fatores predisponentes têm sido apontados: tabagismo, alcoolismo, opiáceos, alimentos muito quentes, cáusticas, doenças da tireoide, obesidade, lesões de longo prazo na parede do esôfago causadas por refluxo, por exemplo e exposição de longo prazo a vapores químicos, como de produtos usados em limpeza a seco.
Geralmente se desenvolve a partir do esôfago de Barrett, que será explicado em matérias mas a frente, e também foi associado ao uso de tabaco e álcool.
O câncer de esôfago representa 2% de todos os tumores malignos. Mas, apesar de raro, está entre os tumores de crescimento mais rápido. Na maioria dos casos, quando diagnosticado, já começou a disseminar células cancerosas para outros órgãos saudáveis. Saiba quais são os fatores de risco, os principais sinais e sintomas e como o tratamento pode ser feito.
Muito importante ressalta que um fator que agrava e acelera o desenvolvimento desse tipo de câncer é que há vários linfonodos vizinhos ao esôfago. Isso facilita que o tumor se espalhe por meio da rede linfática, podendo invadir outros órgãos, como a membrana que reveste o pulmão e a que reveste o coração, a traqueia, os brônquios e a aorta. Dessa forma, a cura se torna muito difícil.
SINTOMATOLOGIA
O carcinoma de células escamosas é mais frequentemente localizado no terço médio do esôfago.
Normalmente, o paciente apresenta disfagia progressiva e perda de peso.
Também pode apresentar odinofagia (dor ao engolir), dor torácica, vômitos, soluços ou rouquidão (por infiltração nervosa recorrente).
O adenocarcinoma geralmente se apresenta como uma ulceração, e a disfagia é menos comum.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico do câncer de esôfago só é possível por meio de uma biópsia. Geralmente, ela é feita durante uma endoscopia, procedimento em que o médico introduz pela boca do paciente um tubo fino com uma câmera na ponta, descendo pelo esôfago.
Com esse aparelho, é possível examinar a parede do esôfago e colher uma pequena amostra de tecido para ser examinada com microscópio. Se o diagnóstico do câncer de esôfago for confirmado, outros exames podem ser solicitados, como tomografia e ressonância magnética, para verificar se o câncer se espalhou para outros órgãos.
Muitas vezes o diagnóstico é tardio, porque os sintomas costumam surgir quando o tumor já atingiu um tamanho maior.
A tomografia axial computadorizada também é útil para o estudo da extensão local e à distância (metástases), embora o melhor método para avaliação da extensão local seja a ultrassonografia endoscópica.
TRATAMENTO
No geral, a sobrevida de 5 anos em pacientes elegíveis para tratamento definitivo é de 5% a 30%.
No carcinoma de células escamosas, a ressecção do esôfago (esofagectomia) deve ser realizada. A continuidade do trato digestivo é restabelecida pela ascensão do estômago tubulizado e pela anastomose com a porção superior do esôfago (esofagogastrostomia).
No adenocarcinoma, é realizada esofagogastrectomia.
Nos casos irressecáveis, é possível optar por procedimentos cirúrgicos paralelos ou endoscópicos (colocação de próteses autoexpansíveis) ou radioterapia.