Por RAQUEL LUIZA,
A asma (também conhecida como “bronquite asmática” ou como “bronquite alérgica”) é uma doença que acomete os pulmões, acompanhada de uma inflamação crônica dos brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões).
A asma é muito frequente, afetando aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Na vida de algumas delas, a condição possui menor impacto. Já para outras, a doença pode interferir nas atividades diárias.
Asma, doença inflamatória crônica das vias aéreas.
É caracterizada por limitação reversível do fluxo de ar e episódios recorrentes de espasmo brônquico.
O fator predisponente mais importante é a atopia (associada à produção de anticorpos do tipo IgE).
Entre os fatores causais estão os alérgenos (ácaros, epitélio de animais domésticos – gato e cachorro -, pólen e fungos). Exercícios físicos, gases irritantes, infecções virais e ingestão de ácido acetilsalicílico ou outros medicamentos inflamatórios não esteróides podem precipitar um episódio de asma.
Um mecanismo inflamatório intervém na patogênese da doença, mediado por imunoglobulina E, citocinas, leucotrienos e outros mediadores da resposta inflamatória, juntamente com uma alteração do controle neural (simpático e parassimpático) das vias aéreas.
TIPOS DE ASMA
- Asma alérgica: A asma alérgica (ou induzida por alergia) é um tipo frequente de asma que é desencadeada ou piorada por fatores alérgicos (poeira, ácaros, pelos de animais, cheiros fortes, pole e mofo especialmente). Correspondem a 90% dos quadros de asma em crianças e 60% em adultos.
- Asma Brônquica: É um sinônimo para asma. Trata-se da inflamação crônica dos brônquios com inchaço, estreitamento e dificuldade para a passagem do ar.
- Asma crônica: Outro sinônimo para asma ou asma brônquica. O termo asma crônica significa que a doença é de longa duração e seus momentos de piora são chamados de crises de asma ou crises de sibilância.
- Asma não alérgica: Mais frequente em adultos, ocorre em resposta a fatores externos como exercícios físicos, estresse, ansiedade, ar frio ou seco.
- Bronquite asmática: Bronquite e asma são doenças diferentes. A asma, como explicado acima, é um processo inflamatório das vias aéreas que pode ter origem alérgica ou não, mas que não tem um agente infeccioso envolvido. A bronquite é uma inflamação das vias aéreas, brônquios, por um processo infeccioso, ou seja viral e/ou bacteriano.A confusão se da porque os sinais e sintomas podem ser bem semelhantes e por isso se criou o termo bronquite asmática, que na verdade é uma bronquite, infecção dos brônquios, com sintomas semelhantes aos da asma.
SINTOMATOLOGIA
Os sintomas típicos são: dispneia (sensação de falta de ar), chiado (som característico, semelhante a um apito, produzido pela passagem de ar pela via aérea estreita) e tosse. Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas.
Os sintomas também variam bastante ao longo do tempo. Às vezes desaparecem sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura.
É importante determinar a relação entre o aparecimento dos sintomas e a exposição aos fatores causais ou precipitantes.
A sibilância ao exame físico é característica, embora inespecífica.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é clínico, baseado na história familiar, histórico de sintomas e exame físico.
A presença de queixa de varias crises de falta de ar, chiado no peito e tosse seca, especialmente noturna sugerem o diagnostico. Quadros de tosse produtiva, com febre e outros sinais infecciosos geralmente não tem relação com asma, sendo mais sugestivos de bronquite.
Para a confirmação diagnóstica são necessários exames complementares, como provas funcionais pulmonares (espirometria, pletismografia, etc). A espirometria, detecta obstrução reversível ao fluxo aéreo após a administração de um broncodilatador de ação rápida por inalação.
A radiografia de tórax pode contribuir no diagnóstico diferencial da agudização.
As dosagens de IGEs específicas podem auxiliar na identificação dos principais alérgenos, permitindo que a família fique mais atenta a essa exposição.
Um teste de metacolina, histamina ou estimulação de exercício pode ser realizado para detectar a hiperresponsividade brônquica.
TRATAMENTO
O tratamento contempla medidas medicamentosas e não medicamentosas. A identificação dos fatores de risco pode auxiliar na prevenção de crises
O cuidado com o ambiente é muito importante, reduzindo objetos que acumulem poeira e ácaros, evitando a fumaça do cigarro e mantendo ambientes arejados e limpos.
No tratamento medicamentoso, existem os medicamentos de uso contínuo, para reduzir o processo inflamatório crônico típico da asma. No resgate das crise, o uso de medicamentos inalatórios, principalmente os broncodilatadores, e glicorticóides (inalatórios e orais) são importantes.
As crises podem ser graves e necessitarem de oxigênio, portanto estejam sempre atentos a gravidade dos sintomas e sempre que necessário procure o serviço de saúde.
O tratamento crônico desses pacientes é baseado na inalação de broncodilatadores beta-estimuladores de longa ação e corticosteroides. O uso de beta estimulantes de ação rápida é aconselhado quando necessário. Outros medicamentos que podem ser usados são cromoglocato dissódico, nedocromil e teofilinas.
Em casos graves, a hospitalização pode ser necessária.
Estimulantes beta de ação curta, corticosteroides inalados e sistêmicos, anticolinérgicos inalados e de ação curta podem ser usados nas exacerbações.
A ASMA TEM CURA?
Não tem cura, mas tem tratamento e fica bem controlada se bem acompanhada pelo médico assistente.