Por RAQUEL LUIZA,
Geralmente são adenocarcinomas. É o câncer de útero mais comum.
Está relacionada à nuliparidade (não ter dado à luz), alterações do ciclo menstrual (menarca precoce, menopausa tardia, síndrome dos ovários policísticos), obesidade, aumento dos níveis de estrogênio e tratamento com tamoxifeno (usado no câncer de mama).
Os anticoncepcionais orais e o tabagismo têm menor envolvimento em sua patogênese.
O tumor se dissemina pelas vias linfática e hematogênica, bem como pela invasão de órgãos contíguos.
Ocorre entre os 50 e os 70 anos.
Possíveis causas
As causas exatas do câncer de endométrio ainda não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que o câncer ocorre por mutação nas células que passam a se multiplicar de forma descontrolada.
Alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de endométrio, como:
- História familiar de câncer de endométrio ou ovário;
- Síndrome de Lynch ou câncer colorretal hereditário não poliposo;
- Histórico pessoal de câncer de mama ou ovário;
- Hiperplasia endometrial;
- Primeira menstruação antes dos 12 anos;
- Menopausa tardia;
- Infertilidade;
- Ausência de ovulação;
- Nunca ter engravidado;
- Terapia de reposição hormonal com estrógenos na menopausa;
- Tratamento do câncer de mama com tamoxifeno;
- Radioterapia anterior na região pélvica;
- Dieta rica em gordura animal.
Além disso, outro fator que aumenta o risco de câncer de endométrio são variações hormonais, como aumento de estrogênio no corpo, por exemplo, e que geralmente está associado com outras condições de saúde, como obesidade, diabetes ou síndrome dos ovários policísticos.
SINTOMAS
Os sintomas geralmente são tardios. A mais frequente é a metrorragia pós-menopausa.
Também podem apresentar sintomas digestivos ou urinários quando há invasão de órgãos vizinhos.
Os principais sintomas do câncer de endométrio são:
- Sangramento vaginal após a menopausa;
- Sangramento entre as menstruações;
- Menstruação abundante e frequente;
- Dor pélvica ou cólica;
- Corrimento vaginal aquoso, branco ou amarelado após a menopausa;
- Dor durante o contato íntimo;
- Dificuldade ou dor para urinar;
- Perda de peso.
Além disso, caso haja metástase, ou seja, aparecimento de células tumorais em outras partes do corpo, podem surgir outros sintomas relacionados com o órgão acometido, como obstrução do intestino ou bexiga, tosse, dificuldade para respirar, icterícia e aumento dos gânglios linfáticos, por exemplo
DIAGNÓSTICO
É realizado por análise anatomopatológica de uma biópsia endometrial obtida por histeroscopia (exame da cavidade uterina por fibra óptica).
A extensão da doença é avaliada com exames de imagem, ultrassonografia transvaginal e ressonância magnética nuclear, embora a extensão definitiva seja feita após o estudo anatomopatológico da peça cirúrgica.
TRATAMENTO
Nas fases iniciais, quando o tumor está limitado ao corpo uterino, o tratamento cirúrgico é realizado com histerectomia total (remoção do útero) e excisão dos ovários (anexectomia) e linfonodos na pelve, com ou sem radioterapia associada. Atualmente, esta intervenção é realizada por via vaginal por laparoscopia.
Em estágios avançados, a cirurgia não é indicada.
Tratamento com radioterapia, terapia hormonal com acetato de medroxiprogesterona e quimioterapia podem ser realizados.