Por RAQUEL LUIZA,
A ausência de gravidez após um ano e meio de atividade sexual sem tratamento anticoncepcional é chamada de esterilidade primária. Se depois de uma gravidez outra não for alcançada dentro de dois a três anos, é uma questão de esterilidade secundária.
40% dos casos são considerados de causa masculina, outros 40% de causa feminina e 20% mistos.
Entre as patologias masculinas capazes de causar esterilidade estão varicocele, insuficiência testicular, criptorquidia, azoospermia (ausência de espermatozóides no sêmen), orquiepididimite ou distúrbios do hipotálamo.
Os fatores femininos incluem distúrbios do colo do útero (infecções, lesões, alterações de muco), patologia do corpo uterino (malformações, aderências, doenças endometriais) e causas ovarianas e psicológicas.
CAUSAS
As causas da infertilidade são variadas. Acredita-se que 30% dos casos sejam decorrentes da infertilidade masculina, 30% da feminina, 30% por questões relativas a ambos, e 10% por motivos indeterminados.
Para detectar quais as possíveis causas para a dificuldade em ter um bebê, o casal deverá realizar exames que avaliarão sua capacidade reprodutora. Para o homem será indicado o espermograma. Já as mulheres podem fazer o exame clínico para examinar o colo do útero e, em alguns casos, flutuações hormonais do ciclo menstrual.
- Idade: não deixar para engravidar tarde;
- Doenças sexualmente transmissíveis: prevenir e tratar rapidamente;
- Peso: evitar baixo peso ou obesidade;
- Tabagismo: parar de fumar, pois o cigarro reduz a fertilidade.
A relação entre idade e fertilidade é conhecida, pois quanto maior a idade da pessoa, menor deve ser a qualidade dos gametas (o óvulo e o espermatozoide). Segundo a noção médica tradicional, as mulheres já nascem com todos os óvulos, que serão amadurecidos ao longo da vida. Assim, ao envelhecerem, essas células apresentariam menor eficácia para a concepção. Estudos recentes sugerem que mulheres adultas continuam produzindo óvulos, o que poderia ampliar as possibilidades de tratamento da infertilidade. Já os homens produzem espermatozoides a partir da puberdade e ao longo da vida toda.
Alguns fatores do cotidiano também podem ser causadores da dificuldade de engravidar, como o estresse e outros indicadores de uma saúde debilitada. A obesidade, por exemplo, é um fator que pode favorecer a infertilidade, pois o aumento de gordura desestimula a produção dos hormônios femininos e masculinos.
O diagnóstico é realizado por exclusão, ou seja, a partir de um quadro geral de possíveis fatores, vão-se descartando as hipóteses até chegar ao diagnóstico final. Entretanto, quando não são encontradas alterações clínicas, os casais recebem o diagnóstico de causa indeterminada. Nesses casos, é recomendada a realização de novos exames tanto para o homem quanto para a mulher.
SINTOMAS
Depende da causa da infertilidade.
Além disso, podem ocorrer sintomas psicológicos associados.
DIAGNÓSTICO
Geralmente, o estudo do casal infértil inclui história clínica e exame físico completos, seminograma (que estuda o número, mobilidade e morfologia dos espermatozoides) e o teste de capacitação espermática (permite a obtenção de espermatozoides para técnicas de reprodução assistida).
Outros estudos são a determinação dos hormônios do ciclo ovulatório e estudos de imagem do aparelho reprodutor feminino (histerossalpingografia, ultrassonografia transvaginal).
Dependendo da causa, será realizada laparoscopia, biópsia endometrial ou histeroscopia.
TRATAMENTO
Dependendo da etiologia, pode-se optar pela indução da ovulação com tratamento hormonal, inseminação artificial, fertilização in vitro (fertilização de óvulos em laboratório com posterior implantação no útero) ou microinjeção espermática (injeção de um único espermatozóide no oócito).