Por RAQUEL LUIZA,
O mioma é um tipo de tumor benigno que se forma no tecido muscular do útero e que também pode ser chamado de fibroma ou leiomioma uterino. A localização do mioma no útero pode variar, assim como o seu tamanho, que pode ser microscópico ou possuir vários centímetros.
É o tumor pélvico mais comum em mulheres e é mais frequente na raça negra.
Está relacionado à atividade estrogênica, pois ocorre durante a fase fértil, e aumenta de tamanho com a administração de estrogênios e gravidez. É menos frequente em multíparas (vários partos anteriores), usuárias de anticoncepcionais orais e tabagistas.
Os miomas são relativamente comuns e, na maioria dos casos, não provocam sintomas, no entanto algumas mulheres podem relatar cólica, sangramentos ou dificuldade para engravidar. Nesses casos, pode ser indicado o início do tratamento de acordo com a orientação do ginecologista e características do mioma, podendo ser recomendado o uso de remédios para aliviar os sintomas ou cirurgia para retirar o mioma ou o útero, nos casos mais graves.
Tipos de mioma
O mioma pode ser classificado em diferentes tipos de acordo com o local em que se desenvolve no útero, sendo os principais:
- Subseroso, em que o mioma desenvolve-se na parte mais externa do útero;
- Intramural, quando surge dentro das paredes do útero;
- Submucoso, quando desenvolve-se na parte interna, dentro da cavidade do útero.
Saber o tipo de mioma é importante para que seja avaliada a gravidade do mioma e a necessidade de iniciar o tratamento logo em seguida.
SINTOMAS
Quando aparecem, o sintoma mais frequente é a menorragia (sangramento menstrual abundante).
Outros sintomas associados são dor pélvica, sintomas urinários por compressão da bexiga, distensão abdominal e anemia.
Às vezes, pode ser uma causa de infertilidade.
Gestantes com miomas apresentam maior incidência de parto prematuro e alterações na apresentação fetal.
DIAGNÓSTICO
A presença do mioma é verificada pelo ginecologista pode meio da realização de exames de imagem como o ultrassom, a histeroscopia e a histerossalpingografia, que avaliam a cavidade do útero. Além disso, mulheres portadoras de mioma uterino que desejam engravidar, mesmo que sejam não tenham sintomas, devem ter um acompanhamento com o ginecologista, pois a presença desse tumor pode trazer algumas complicações na gravidez, como abortos.
Em alguns casos, o exame físico permite palpar o tamanho, a forma e a consistência do mioma.
A ultrassonografia é um método confiável para determinar com precisão as características anatômicas.
Em alguns casos, uma histeroscopia (exame com fibra óptica da cavidade uterina) pode ser necessária.
TRATAMENTO
Se forem pequenos e não produzirem sintomas, a observação periódica é indicada.
A miomectomia (remoção de mioma) é indicada para tumores maiores em mulheres jovens que desejam filhos.
Se o mioma se tornar grande e causar sintomas, uma histerectomia (remoção do útero) pode ser indicada.
O tratamento médico com GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) pode reduzir o tamanho do tumor, por isso é usado justamente em cirurgias.
A embolização da artéria uterina é um procedimento atualmente em desenvolvimento, que consiste em bloquear o fluxo sanguíneo para o mioma por meio da injeção de substâncias (partículas de álcool polivinílico) na artéria uterina.