Por Raquel Luiza,
A catarata é um doença que provoca opacidade na região do olho chamada de cristalino. Conheça os sintomas, tratamento e suas complicações.
A perda de transparência é produzida pela degeneração da cápsula ou das fibras do cristalino.
Para pessoas que têm catarata tem a visão nublada, como se olhassem por uma janela embaçada ou enevoada. Essa visão nublada pode tornar mais difíceis tarefas como ler, dirigir um carro ou interpretar a expressão das pessoas.
A maioria das cataratas se desenvolve lentamente e não perturba a sua visão desde o início. Mas com o tempo, a catarata acabará por interferir na visão.
Em um primeiro momento, iluminação mais forte e uso de óculos podem ajudar a lidar com a catarata. Mas se a visão prejudicada interfere com as atividades normais, é necessário fazer a cirurgia de catarata. Felizmente, a cirurgia de catarata costuma ser um procedimento seguro e eficaz.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas. Como a expectativa de vida da população mundial está aumentando, o número de pessoas com catarata tende a crescer. A catarata é também uma importante causa de baixa visão em países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Causas
A doença ocorre quando a lente dentro do olho torna-se turva. Entre as causas da catarata, estão:
- Envelhecimento (catarata relacionada à idade);
- Superexposição à radiação ultravioleta (UV), como da luz solar, cabines de bronzeamento ou solários;
- Diabetes, especialmente quando os níveis de açúcar no sangue estão acima da faixa de segurança. A doença descontrolada provoca alterações no olho que podem resultar em catarata;
- Doença no interior do olho, tais como o glaucoma, retinite pigmentosa ou descolamento da retina;
- Uso prolongado de medicamentos esteroides;
- Raios-X frequentes ou tratamentos de focados na cabeça;
- Histórico familiar. Uma pessoa pode herdar a tendência para desenvolver a catarata;
- Vitrectomia (remoção do gel vítreo do olho) em pessoas com mais de 50 anos de idade;
- Lesão ocular;
- Nascer com catarata
Os Tipos de catarata
Catarata congênita
A catarata congênita é observada ao nascimento ou nos primeiros meses de vida.
Pode ser hereditária (autossômica dominante), ou devido a infecções intrauterinas no primeiro trimestre de gravidez (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus), distúrbios metabólicos como galactosemia ou hipoparatireoidismo. A catarata congênita ocorre em um a cada 5 mil nascimentos.
Catarata relacionada à idade
A catarata senil é a forma mais frequente e uma das principais causas de cegueira em pessoas com mais de 45 anos.
A catarata relacionada à idade é dividida em três tipos, dependendo de sua localização:
- Cataratas nucleares se formam no centro da lente, tornando o núcleo do olho turvo ou opaco. O centro do olho pode ficar com uma coloração amarela ou castanha;
- Catarata cortical aparece na forma de cunha e em volta das extremidades do núcleo;
- Catarata subcapsular posterior se formar mais rapidamente do que os outros dois tipos, e afeta a parte de trás da lente.
Catarata secundária
Cataratas secundárias são causadas por doenças ou medicamentos. A catarata em adultos pode ser decorrente de processos oculares como ceratite, coroidite, tumores de coróide, trauma ocular ou descolamento de retina; ou a doenças sistêmicas como diabetes, hipertireoidismo, hipoparatireoidismo, doenças do tecido conjuntivo ou substâncias tóxicas (tálio, prata, mercúrio) e o uso de medicamentos esteroides pode levar à catarata.
Catarata traumática
Cataratas traumáticas se desenvolvem após uma lesão no olho, embora possa levar vários anos após o evento para que isso aconteça.
Catarata de radiação
Cataratas de radiação podem se formar depois que um paciente passa por tratamento envolvendo radiação para tratar o câncer, por exemplo.
Quais os sintomas da Catarata?
Apresenta-se com diminuição progressiva da acuidade visual, que piora em ambientes muito claros. Visão monocular de halo colorido e diplopia (visão dupla) podem ocorrer.
Pode ser complicado por glaucoma (aumento da pressão intraocular) e causar dor.
Nem todas os tipos da doença prejudicam a visão ou afetam a vida diária. Para aquelas que o fazem, os sintomas de catarata mais comuns incluem:
- Visão nublada, confusa ou nebulosa;
- Visão com brilho de lâmpadas ou do sol;
- Dificuldade de dirigir à noite devido ao brilho dos faróis;
- Mudanças frequentes na prescrição de óculos;
- Visão dupla;
- Melhoria da visão de perto que, em seguida, fica pior;
- Dificuldade em fazer as atividades diárias por causa de problemas de visão.
Como é diagnosticado?
Para diagnosticar catarata, o médico irá rever o histórico médico do paciente, analisar os sintomas e realizar um exame oftalmológico convencional. O médico pode realizar vários testes, incluindo:
- Teste de acuidade visual;
- Exame de lâmpada de fenda;
- Exame de retina;
- Oftalmoscopia;
- Tonometria.
Durante exames oftalmológicos de rotina, o oftalmologista irá procurar por sinais precoces de problemas de visão, incluindo catarata.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar catarata são:
- Oftalmologista;
- Médico da família;
- Geriatra;
- Pediatra.
Apesar de várias especialidades médicas serem capazes de detectar a catarata, só um oftalmologista pode tratar a doença.
Tratamento
O tratamento de escolha é cirúrgico. Consiste na substituição do cristalino por uma lente intraocular. Utiliza-se a técnica extracapsular, que preserva a cápsula posterior do cristalino.
A facoemulsificação é uma técnica extracapsular que permite a extração do cristalino por meio de destruição ultrassônica e posterior aspiração do conteúdo do cristalino.
A cirurgia de catarata é o único método eficaz para tratar a perda de visão causada pela catarata. A cirurgia de catarata é um procedimento comum que envolve a remoção da lente turva do olho. A lente pode ser substituída por uma lente artificial, chamada implante de lente intraocular (LIO). Por vezes, uma LIO não é usada, e óculos ou lentes de contato podem compensar.
Hoje não se espera mais a doença progredir para operar – com os primeiros sintomas e o diagnóstico precoce, o paciente já pode ser direcionado para a cirurgia. Isso é importante para evitar o avanço da doença para complicações permanentes, além de manter a qualidade de vida do paciente.