Por Raquel Luiza,
Doença hereditária ligada ao cromossomo X, caracterizada pela incapacidade de discriminar cores.
Ocorre em 1 em cada 10 homens e é muito raro em mulheres.
É devido à alteração ou ausência de certos pigmentos sensíveis à luz colorida nos cones da retina.
Daltonismo (discromatopsia ou discromopsia) representa uma anomalia hereditária recessiva ligada ao cromossomo sexual X, caracterizando a incapacidade na distinção de algumas cores primárias, por exemplo, a situação onde a cor marrom é a indicação da leitura visual realizada por um portador daltônico, quando a real percepção deveria ser a verde ou vermelha. Esse tipo de confusão daltônica é a mais comum dentre os casos existentes.
Por se tratar de uma anormalidade relacionada ao sexo, existe distinta interpretação genotípica e respectivos fenótipos para os gêneros masculino e feminino.
Assim, é observado com mais frequência em homens do que em mulheres, em virtude de o gênero masculino possuir apenas um cromossomo X (o outro é Y), enquanto o feminino possui dois X (portanto XX).
Dessa forma, uma mulher daltônica necessariamente deve possuir genótipo homozigótico recessivo XdXd. A heterozigose XDXd ou XdXD (apenas uma inversão na posição convencional da escrita), não condiciona a manifestação da anomalia, mas indica que essa é portadora e pode transmitir a característica em questão aos descendentes.
Em homens, basta o seu único cromossomo X possuir o gene recessivo, que esse será daltônico.
Quais são os sintomas?
A forma mais comum é a confusão ou falta de discriminação entre vermelho e verde. Em segundo lugar, a forma azul-amarela é apresentada.
Em casos graves, há uma incapacidade de ver todas as cores, geralmente associada a outros distúrbios oculares.
Diagnóstico
O diagnóstico do daltonismo é feito pelo oftalmologista através da avaliação dos sintomas, histórico de saúde, história familiar de daltonismo e do teste de cores que consiste na identificação de números ou caminhos que estão presentes em imagens com padrões de cores diferentes.
É feito através de testes específicos de visão de cores, como o teste de Ishihara ou o teste de Farnsworth, permitem o oftalmologista identificar o grau de alteração e o tipo de daltonismo.
Segue abaixo um teste simples, que atesta se o indivíduo é ou não daltônico.
Caso o indivíduo não consiga distinguir o número (74) que consta no interior deste círculo, certamente é porque não consegue distinguir a cor verde e a vermelha, enxergando um círculo, em sua totalidade marrom”
Principais tipos de daltonismo
De acordo com os teste realizados pelo oftalmologista e a capacidade da pessoa em identificar o que está contido nas imagens, o médico pode confirmar o diagnóstico e indicar o tipo de daltonismo que a pessoa possui, sendo eles:
- Daltonismo acromático: também conhecido por monocromacia, é o tipo mais raro de daltonismo, em que a pessoa enxerga a preto, branco e cinza, não vendo outras cores;
- Daltonismo dicromático: a pessoa não possui um receptor de cor e, por isso, não consegue identificar as cores vermelha, verde ou azul;
- Daltonismo tricromático: é o tipo mais comum, onde a pessoa possui uma leve dificuldade em distinguir as cores já que a pessoa tem todos os receptores de cores mas, não funcionam bem. As cores que geralmente são afetadas são vermelho, verde e azul com suas diferentes tonalidades.
Os tipos de daltonismo são classificados de acordo com a dificuldade para enxergar um determinado conjunto de cores, devendo ser sempre diagnosticado pelo oftalmologista.
Como é feito o tratamento
O daltonismo não tem cura, no entanto o tratamento indicado pelo oftalmologista pode promover melhora da qualidade de vida da pessoa, podendo ser recomendado:
1. Sistema ADD para identificar as cores
Aprender o sistema de identificação de cores chamado ADD é a melhor forma de conviver com o daltonismo. Esse sistema cataloga cada cor com um símbolo, ajudando a pessoa que sofre de daltonismo a ‘enxergar’ as cores, de forma simples, aumentando sua auto-estima e melhorando sua qualidade de vida.
Enquanto este sistema ainda não se torna obrigatório, o que se pode fazer é pedir ajuda de alguém que não seja daltônico para ajudar a escrever o símbolo adequado nas etiquetas das roupas e dos sapatos, assim como nas canetas e lápis de cor para que sempre que o daltônico veja os símbolos saiba identificar a sua cor.
O sistema de codificação ADD é semelhante a linguagem de braile para os portadores de deficiência visual e vem sendo usada em alguns países.
2. Óculos para daltônicos
Uma boa forma de conviver com o daltonismo é comprar um óculos especial para daltonismo, que adequa as cores para que o daltônico veja as cores como realmente elas são.
Existem 2 tipos de lentes, uma delas é indicada para pessoas que não conseguem ver as cores vermelhas, que é o modelo Cx-PT, e a outra para quem não enxerga o verde, que é o modelo Cx-D. No entanto, ainda não foi criado um óculos que possa ser indicado para quem não identifica todas as cores.
Bibliografia
- BADAWY, A-R.; et al. Contact Lenses for Color Blindness. Adv Healthc Mater. 7. 12; e1800152, 2018
- ZARAZAGA, A. F.; et al. Review of the main colour vision clinical assessment tests. Arch Soc Esp Oftalmol (Engl Ed). 94. 1; 25-32, 2019