Câncer do Timo: sinais e sintomas. Conhecer para Prevenir!

Por Raque Luiza,


Timoma: o que é, sintomas, causas e tratamento - Tua Saúde

Muitos tumores do timo podem ser diagnosticados em radiografias realizadas por algum outro motivo, antes do paciente ter qualquer queixa ou quando o paciente vai ao médico por apresentar determinados sinais e sintomas. Estes sinais e sintomas podem estar relacionados com o tumor em si ou podem ser devido a uma síndrome paraneoplásica.

Embora estes sinais e sintomas possam ser provocados ​​por tumores do timo, também podem ser decorrentes de outras patologias. Se você tiver qualquer um dos sinais e sintomas relacionados a seguir, procure um médico imediatamente para que a causa possa ser diagnosticada,  e, se necessário, iniciado o tratamento.

O tumor  é originado das células epiteliais do timo.
É o tumor mais comum do mediastino em adultos e localiza-se no mediastino anterior.
Pode invadir estruturas vizinhas, bem como dar sintomas por compressão.
30% dos pacientes também têm miastenia gravis (doença autoimune da junção neuromuscular caracterizada por fraqueza flutuante). Além disso, tem sido associada à diminuição de imunoglobulinas, aplasia da medula óssea, miosite (inflamação do músculo esquelético) e miocardite (inflamação do músculo cardíaco).
Geralmente é diagnosticado na quinta ou sexta década de vida.

 

Sintomas

Metade é assintomática e suspeita-se do tumor após realização de radiografia de tórax de rotina.
Em pacientes sintomáticos, 40% sofrem de miastenia gravis.

  • Miastenia Gravis. De 30% a 65% das pessoas com timomas também têm miastenia gravis, que é a doença autoimune mais comum associada ao timoma. Nesta enfermidade, o sistema imunológico produz anticorpos que bloqueiam os sinais químicos que fazem os músculos se moverem, provocando fraqueza muscular severa. Pessoas com miastenia gravis  se cansam facilmente. Embora os pacientes tenham diminuição da força muscular em todo o corpo, os sintomas provocados pela fraqueza dos músculos dos olhos, pescoço e tórax podem ser os mais problemáticos. A fraqueza nos músculos do olho pode provocar visão turva ou dupla e pálpebras caídas, enquanto os músculos do pescoço fracos podem levar a problemas com a deglutição. Fraqueza dos músculos peitorais e diafragma podem provocar problemas respiratórios e falta de ar. A miastenia gravis pode ser tratada com a retirada do timo ou com medicamentos.

Outros sintomas incluem tosse, disfagia, rouquidão, dor no peito, falta de ar, problema de deglucion, perda de apetite, perda de peso e infecções recorrentes do trato respiratório.
Alguns pacientes podem apresentar obstrução da veia cava superior.

O timo está localizado próximo da veia cava superior, o principal vaso sanguíneo que leva o sangue da parte superior do corpo e cabeça para o coração. Os tumores que pressionam esse vaso podem provocar o que se denomina síndrome de veia cava superior, o que pode incluir:

  • Inchaço no rosto, pescoço e parte superior do tórax.
  • Inchaço das veias que podem tornar-se visíveis nesta parte do corpo.
  • Dores de cabeça.
  • Sensação de tontura.

 

Diagnóstico

A radiografia de tórax pode mostrar a presença de alargamento mediastinal.
A tomografia axial computadorizada é útil em tumores pequenos e para avaliar a extensão da doença.

O câncer de timo é raro e não existem exames de rastreamento indicados para pessoas assintomáticas. Entretanto, esses cânceres podem às vezes serem diagnosticados precocemente.

Cerca de 40% das pessoas com câncer de timo não apresentam sintomas quando diagnosticadas. Na maioria desses casos, o tumor é diagnosticado por acaso em um exame de imagem, como radiografia de tórax ou tomografia computadorizada, realizada para alguma outra condição clínica.

Os cânceres de timo são frequentemente associados a sintomas que não são provocados diretamente pela própria massa tumoral. Estes sinais e sintomas são denominados síndromes paraneoplásicas (condições relacionadas ao tumor). Estas condições podem ser muito importantes no diagnóstico de alguns timomas precoces porque podem estar presentes quando o tumor ainda está numa fase inicial.

A biópsia transtorácica sob controle de TC confirma o diagnóstico, embora alguns autores prefiram não fazer biópsia de tumores encapsulados (não invasivos) devido ao risco de disseminação da doença. A biópsia geralmente não é necessária se a miastenia grave foi confirmada no paciente.

Um timoma mixto (linfocítico e epitelial) encapsulado

Biópsia é a remoção de uma pequena quantidade de tecido para avaliação anatomopatológica da presença (ou não) de câncer.
Os principais tipos de biópsias para diagnóstico do câncer de timo são:

  • Biópsia por Agulha

Os tumores localizados no tórax, ocasionalmente são biopsiados por agulha, guiada por imagem, como, por exemplo,  tomografia computadorizada. O material retirado é enviado para análise citológica. Este procedimento é feito sem uma incisão cirúrgica e sem necessidade de internação.

Uma possível desvantagem deste tipo de biópsia é não poder fornecer uma amostra suficiente para um diagnóstico preciso ou não dar a noção exta da extensão do tumor.

  • Biópsia Cirúrgica

Na maioria dos casos, se o médico, baseado nos resultados dos exames de laboratório e de imagem, considera que o paciente tem um timoma, em particular aqueles que apresentam síndrome paraneoplástica, ele encaminha o paciente direto para a cirurgia, sem qualquer biópsia. Isto permite o tratamento da doença com a retirada do tumor ou de uma amostra suficiente para o diagnóstico. Essa amostra é enviada para o laboratório, após a cirurgia para confirmação diagnóstica.

 

Taxa de Sobrevida para Câncer de Timo

A taxa de sobrevida é utilizada pelos médicos como uma forma padrão para discutir o prognóstico de um paciente com câncer.

A taxa de sobrevida em 5 anos se refere à porcentagem de pacientes que vivem pelo menos 5 anos após o diagnóstico da doença. Entretanto, muitas pessoas vivem muito mais tempo do que 5 anos e muitos são curados.

Com o objetivo de obter as taxas de sobrevida em 5 anos, se realiza o cálculo para os pacientes que foram tratados pelo menos 5 anos atrás. Entretanto, avanços e melhorias recentes nas opções terapêuticas podem resultar em um prognóstico mais favorável para os pacientes que estão sendo atualmente diagnosticados e tratados de câncer de timo.

As taxas de sobrevida são baseadas em resultados anteriores de um grande número de pacientes que tiveram a doença, não sendo possível prever o que vai acontecer com cada paciente individualmente. Muitos outros fatores podem afetar o prognóstico da paciente, como idade, estado geral de saúde, estadiamento da doença, tipo histológico do câncer de timo e tratamentos recebidos. Portanto, apenas seu médico pode dizer como os dados abaixo se aplicam ao seu caso.

Como os cânceres de timo são raros, é difícil encontrar taxas de sobrevida precisas com base no estadiamento. As estatísticas abaixo provêm de uma série de pacientes tratados no Japão entre 1990 e 1994. Eles examinam separadamente pacientes com timoma (tipos A, AB e B) e carcinoma tímico (timoma tipo C). Além disso, estas são taxas de sobrevida observadas. Pacientes com câncer de timo podem ir a óbito devido a outras patologias, e esses números não levam isso em conta.

Estágio do Timoma Taxa de Sobrevida Observada
I 74%
II 73%
III 64%
IV 45%

 

Estágio do Carcinoma Tímico Taxa de Sobrevida Observada
I e II 74%
III 33%
IV 24%

Tratamento

É cirúrgico (remoção do timo). Radioterapia e quimioterapia são indicadas em timomas localmente invasivos ou irressecáveis.

 

Referências

  1.  Mitchell, Richard Sheppard; Kumar, Vinay; Robbins, Stanley L.; Abbas, Abul K.; Fausto, Nelson (2007). Robbins basic pathology. [S.l.]: Saunders/Elsevier. ISBN 1-4160-2973-7

 

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