Imunodeficiências: tudo que você precisa saber. Conhecer para prevenir!

Por Raquel Luiza,


Qué son las inmunodeficiencias y por qué piden incluirlas en el GES - El Mostrador

Uma imunodeficiência é definida como a alteração qualitativa ou quantitativa de um ou mais componentes da resposta imune.
As imunodeficiências podem ser primárias, quando a alteração é específica do sistema imunológico, ou secundárias a outros agentes ou patologias.
Em geral, as imunodeficiências primárias são de origem genética. As mais frequentes estão relacionadas a alterações na imunidade humoral (falta de formação de anticorpos), como deficiência de imunoglobulina A ou imunodeficiência comum variável. Existem condições primárias complexas, como a síndrome de Wiskott-Aldrich (imunoglobulina M e linfócitos T diminuídos) ou ataxia-telangiectasia (alterações no timo e linfócitos T diminuídos).
As imunodeficiências secundárias podem ser causadas por desnutrição, diabetes, insuficiência renal, medicamentos ou infecção pelo HIV (vírus da imunodeficiência humana).

 

Sintomas

As pessoas afetadas são suscetíveis a infecções.
Quando a imunidade humoral está comprometida, infecções por Haemophilus, Pneumococcus e Staphylococcus são comuns. Em adultos, predominam as infecções do trato respiratório.
A deficiência de complemento (sistema proteico que participa da resposta imune inespecífica) favorece infecções por bactérias encapsuladas.
Na alteração da imunidade celular (linfócito T) aumenta a predisposição a infecções graves por vírus e fungos.
A alteração das células fagocitárias (monócitos, macrófagos) facilita a infecção por bactérias piogênicas

 

Imunodeficiência primária

Doenças de imunodeficiência primária podem ser causadas por mutações, por vezes em um gene específico. Se o gene com mutação estiver no cromossomo X (sexual), a doença resultante é denominada doença ligada ao cromossomo X. As doenças ligadas ao cromossomo X ocorrem mais frequentemente em meninos. Cerca de 60% das pessoas com doenças primárias decorrentes de imunodeficiência são do sexo masculino.

 

As doenças primárias decorrentes de imunodeficiência são classificadas pela parte do sistema imunológico que é afetada:

  • Imunidade humoral, que envolve células B (linfócitos), um tipo de glóbulo branco que produz anticorpos (imunoglobulinas)

  • Imunidade celular, que envolve células T (linfócitos), um tipo de glóbulo branco que ajuda a identificar e a destruir células estranhas ou anormais

  • Tanto a imunidade humoral quanto a celular (células B e células T)

  • Fagócitos (células que ingerem e matam os micro-organismos)

  • Proteínas do complemento (proteínas que ajudam as células imunológicas a matar bactérias e a identificar células estranhas para destruir)

O componente do sistema imunológico afetado pode estar ausente, diminuído em número, ou pode ser anômalo e não funcionar bem.

As doenças primárias decorrentes de imunodeficiência mais comuns são os problemas com as células B, representando mais de metade delas.

Doenças secundárias decorrentes de imunodeficiência

Estas doenças podem ser um resultado de

  • Doença prolongada (crônica) e/ou séria como diabetes ou câncer

  • Medicamentos

  • Raramente, radioterapia

As doenças decorrentes de imunodeficiência podem resultar praticamente de qualquer doença grave prolongada. O diabetes, por exemplo, pode conduzir a uma doença decorrente de imunodeficiência, porque os glóbulos brancos não funcionam bem se a concentração de glicose no sangue estiver elevada. A infecção pelo vírus da imuno­deficiência humana (HIV) causa a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), que é a doença mais grave e frequente de imunodeficiência adquirida.

Muitos tipos de câncer podem causar imunodeficiência. Por exemplo, qualquer câncer que afete a medula óssea (como leucemia e linfoma) pode impedir que a medula óssea produza leucócitos normais (células B e células T), que são parte do sistema imunológico.

A desnutrição, quer seja referente a todos ou a apenas um nutriente, pode danificar o sistema imunológico. Quando a desnutrição causa uma perda de peso até menos de 80% do peso recomendado, o sistema imunológico é afetado. Uma redução para menos que 70% geralmente resulta em comprometimento grave.

Imunodeficiências secundárias também ocorrem em pessoas idosas e pessoas hospitalizadas.

Imunossupressores são fármacos deliberadamente utilizados para suprimir o sistema imunológico. Por exemplo, alguns são usados a fim de se evitar a rejeição de um órgão ou um tecido transplantado. Eles podem ser administrados a pessoas com uma doença autoimune para suprimir o ataque do corpo contra seus próprios tecidos.

Os corticosteroides, um tipo de imunossupressor, são utilizados para suprimir a inflamação associada a várias doenças, tais como a artrite reumatoide. No entanto, os imunossupressores também inibem a capacidade que o organismo tem de combater as infecções e, possivelmente, de destruir as células cancerígenas.

A quimioterapia e a radioterapia também podem suprimir o sistema imunológico, levando, por vezes, a doenças decorrentes de imunodeficiência.

Imunodeficiência em idosos

À medida que os indivíduos envelhecem, o sistema imunológico torna-se menos eficaz de várias maneiras. Por exemplo, à medida que as pessoas envelhecem, elas produzem menos células T. As células T ajudam o corpo a reconhecer e combater células estranhas e anormais.

A desnutrição, que é comum em idosos, compromete o sistema imunológico. A desnutrição é geralmente considerada a deficiência de calorias, mas também pode ser a deficiência de um ou mais nutrientes essenciais. Dois nutrientes, particularmente importantes para a imunidade, cálcio e zinco, podem estar deficientes em idosos. A deficiência de cálcio se torna mais comum em idosos, em parte porque à medida que as pessoas envelhecem, o intestino vai se tornando menos capaz de absorver cálcio. Além disso, os idosos podem não ter cálcio suficiente na sua dieta. A deficiência de zinco é muito comum em idosos que vivem em instituições ou confinados em casa.

Certas doenças (como diabetes e doença renal crônica), que são mais comuns em idosos, e certas terapias (como imunossupressores), mais provavelmente usados por idosos, também podem comprometer o sistema imunológico.

Diagnóstico

  • Exames de sangue

  • Testes da pele

  • Uma biópsia

  • Às vezes, testagem genética

Os médicos devem primeiro suspeitar da existência de uma imunodeficiência. Então exames serão feitos para identificar a anomalia do sistema imunológico específica.

O exames de sangue, incluindo um hemograma completo. Um hemograma completo é capaz de detectar anormalidades em células sanguíneas que são características de imunodeficiências específicas. Uma amostra de sangue é tomada e analisada para determinar o número total de glóbulos brancos e a porcentagem de cada tipo básico de glóbulos brancos. Os glóbulos brancos são examinados sob o microscópio para se detectar anomalias. O médico também determina os níveis de imunoglobulina e os níveis de certos anticorpos específicos depois de a pessoa ser vacinada. Se algum dos resultados for anômalo, exames complementares são normalmente realizados.

A avaliação da imunidade humoral é realizada através da consolidação dos diferentes tipos de anticorpos. Existem questões que avaliam a resposta de anticorpos após a vacinação.
A imunidade celular pode ser avaliada com problemas de hipersensibilidade cutânea tardia, que consiste na injeção de um antígeno (tuberculina, PPD, candidina) na derme capaz de desencadear a resposta imune, gerando um endurecimento cutâneo característico.
Existem técnicas que permitem avaliar a resposta proliferativa de linfócitos in vitro.

Uma biópsia pode ser feita para ajudar os médicos a identificar que imunodeficiência específica está causando os sintomas. Para a biópsia, os médicos colhem uma amostra de tecido de linfonodos e/ou medula óssea. A amostra é testada para determinar a presença de certas células imunológicas.

Testes genéticos podem ser realizados se os médicos suspeitarem de um problema com o sistema imunológico. Foram identificadas uma ou mais mutações genéticas capazes de causar muitas imunodeficiências. Portanto, testes genéticos podem por vezes ajudar a identificar a imunodeficiência específica.

 

Tratamento

O tratamento é determinado pela causa da imunodeficiência.
Medicamentos devem ser otimizados, vacinas com germes vivos evitadas (caso sejam produzidas com germes ou toxóides atenuados) e ação rápida contra infecções.
Outras opções terapêuticas, dependendo da causa, são a administração de imunoglobulinas ou transplante de medula óssea.

 

 

 

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