Por RAQUEL LUIZA,
Doença caracterizada por uma diminuição da massa óssea e uma deterioração da estrutura do tecido ósseo, que se traduz num aumento da fragilidade óssea e numa maior susceptibilidade a fracturas.
É uma doença dos idosos, principalmente das mulheres.
Como a osteoporose é silenciosa, não gerando dor ou limitações até ocorrer a quebra do osso, uma avaliação óssea através de um exame chamado densitometria óssea é indicado para os indivíduos com idade superior a 65 anos e antes para as mulheres que pararam de menstruar com menos de 45 anos.
Diferentes fatores predisponentes foram apontados: idade (a perda óssea fisiológica começa após os 40 anos), menopausa (quando a concentração de estrogênio diminui, a renovação óssea acelera com perda de massa óssea), diminuição de androgênios em homens, níveis elevados de corticosteróides, hipertireoidismo , alimentação pobre em cálcio e vitamina D, sedentarismo, alcoolismo ou tabagismo, entre os mais frequentes.
Tipos de Osteoporose
Cerca de oito milhões de mulheres e dois milhões de homens nos Estados Unidos têm osteoporose. Existem dois tipos principais de osteoporose:
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Osteoporose primária
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Osteoporose secundária
A osteoporose primária ocorre espontaneamente. A osteoporose secundária é causada por outro distúrbio ou por um medicamento.
Osteoporose primária
Mais de 95% da osteoporose em mulheres e, provavelmente, cerca de 80% em homens, é primária. A maioria dos casos ocorre em mulheres na pós-menopausa e em homens mais velhos.
Uma das principais causas da osteoporose é a falta de estrogênio, particularmente a redução rápida que ocorre na menopausa. A maioria dos homens com mais de 50 anos têm níveis mais altos de estrogênio do que as mulheres na pós-menopausa, mas esses níveis também diminuem com o envelhecimento, e baixos níveis de estrogênio estão associados com a osteoporose em homens e mulheres. A deficiência de estrogênio aumenta a degradação óssea e resulta em rápida perda óssea. Nos homens, baixos níveis de hormônios sexuais masculinos também contribuem para a osteoporose. A perda óssea é ainda maior se os níveis de ingestão de cálcio ou de vitamina D forem baixos. Baixos níveis de vitamina D resultam em deficiência de cálcio, e o aumento da atividade das glândulas paratireoides faz com que secretem hormônio da paratireoide em excesso, que também pode estimular a decomposição dos ossos. Por razões desconhecidas, a produção de osso também diminui.
Vários outros fatores, como determinados medicamentos, uso de tabaco, consumo excessivo de álcool, histórico familiar de osteoporose (por exemplo, se o pai ou a mãe da pessoa sofreu fraturas de quadril) e estatura corporal pequena, aumentam o risco de perda óssea e o desenvolvimento de osteoporose em mulheres. Esses fatores de risco também são importantes em homens.
Osteoporose secundária
Menos de 5% dos casos de osteoporose em mulheres e cerca de 20% em homens são secundários.
Exemplos de doenças que podem causar osteoporose secundária são a doença renal crônica e distúrbios hormonais (especialmente doença de Cushing, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, hipogonadismo, níveis elevados de prolactina e diabetes mellitus). Certos tipos de câncer, como mieloma múltiplo, podem causar osteoporose secundária e outras doenças, como a artrite reumatoide, podem também causá‑lo. Exemplos de medicamentos que, se forem usados por muito tempo, podem causar osteoporose secundária são progesterona, corticosteroides, hormônios da tireoide, certos quimioterápicos e anticonvulsivantes. O consumo excessivo de álcool ou de cafeína e o tabagismo podem contribuir para a osteoporose.
Osteoporose idiopática
A osteoporose idiopática é um tipo raro de osteoporose. A palavra idiopática significa simplesmente que a causa é desconhecida. Esse tipo de osteoporose ocorre em mulheres na pré-menopausa, em homens com menos de 50 anos e em crianças e adolescentes que têm níveis normais de hormônios, níveis normais de vitamina D e nenhuma razão óbvia para terem ossos fracos.
Sintomas
A osteoporose é assintomática até o aparecimento das fraturas, que se observam principalmente ao nível vertebral (50%), quadril (25%) e punho (25%).
Microfraturas vertebrais repetidas podem levar a esmagamento vertebral, com cifose dorsal e diminuição da altura.
Como ocorrem em pessoas idosas, acarretam um risco aumentado de incapacidade permanente e mortalidade.
Diagnóstico
O diagnóstico precoce e definitivo é feito medindo a densidade óssea por absorção de raios X de dupla energia (densitometria óssea, BMD). A Organização Mundial da Saúde (OMS) define osteoporose como a presença de densidade óssea inferior a 2,5 desvios padrão do pico de massa óssea em adultos jovens e osteopenia como densidade óssea entre 1 e 2,5 desvios padrão, padrão abaixo desse valor de referência.
Em geral, deve ser solicitado em mulheres na menopausa com história familiar de osteoporose, menopausa precoce, tabagismo ou outros fatores predisponentes, como tratamento prolongado com corticosteróides ou na presença de patologias que afetam o metabolismo ósseo (hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, artrite reumatoide, insuficiência renal falha).
Exame de densidade óssea – A densidade da massa óssea deve ser medida em dois locais, preferencialmente na coluna lombar e na região do quadril. O valor de DMO de uma localização óssea é o estudo que melhor prediz a possibilidade de fratura daquela localização.
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Nível de vitamina D
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Exames para causas de osteoporose secundária
O médico pode suspeitar de osteoporose nas seguintes pessoas:
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Todas as mulheres com 65 anos ou mais
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Mulheres entre a menopausa e 65 anos que apresentam fatores de risco para osteoporose
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Todos os homens e mulheres que tiveram uma fratura anterior causada por pouca ou nenhuma força, mesmo que a fratura tenha ocorrido quando jovem
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Adultos com idade a partir de 65 anos com dores nas costas ou perda de, pelo menos, cerca de 3 centímetros de altura do corpo sem explicação
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Pessoas cujos ossos parecem finos na radiografia ou cuja radiografia mostre fraturas por compressão vertebral
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Pessoas com risco de desenvolver osteoporose secundária
Em caso de suspeita de osteoporose em que não tenha sido feita uma radiografia, os médicos podem solicitar um exame de imagem para diagnosticar a fratura. Certos achados na radiografia sugerem osteoporose, mas o diagnóstico de osteoporose é confirmado pelo exame de densidade óssea.
Exame de densidade óssea
Exames de densidade óssea podem ser utilizados para detectar ou confirmar a suspeita de osteoporose, mesmo antes de ocorrer uma fratura. Várias técnicas de triagem rápida estão disponíveis para medir a densidade óssea no dedo da mão ou no calcanhar por absorciometria de raios X de dupla energia (DXA), que podem ser utilizados para medir a densidade óssea nestes locais. No entanto, resultados de testes de triagem rápida devem ser confirmados com DXA convencional. A DXA convencional, o exame mais útil, mede a densidade óssea na coluna e no quadril, que são os locais onde existe maior probabilidade de ocorrerem fraturas importantes. Esse teste é indolor, envolve muito pouca radiação e pode ser realizado em cerca de 10 a 15 minutos. Ele pode ser útil para monitorar a resposta ao tratamento, bem como para se fazer o diagnóstico. A DXA também pode revelar osteopenia, um quadro clínico no qual a densidade óssea está diminuída, mas não tão intensamente como na osteoporose. As pessoas que têm osteopenia também têm risco aumentado de fraturas.
As pessoas que já estão tomando um bifosfonato ou um agente anabolizante devem fazer DXA repetidamente para monitorar a eficácia do tratamento.
Outros exames
Podem ser feitos exames de sangue para medir os níveis de cálcio, vitamina D e hormônios.
Podem ser necessários mais testes para descartar quadros clínicos tratáveis que podem levar à osteoporose. Se um quadro clínico desses for identificado, o diagnóstico é chamado osteoporose secundária.
Prevenção da Osteoporose
A prevenção da osteoporose tem geralmente mais sucesso do que o tratamento, pois é mais fácil prevenir a perda de densidade óssea do que restaurá-la depois que ela tiver sido perdida. Medidas preventivas são recomendadas para qualquer pessoa com perda óssea ou que tenha fatores de risco para a perda óssea, independentemente de terem tido ou não uma fratura por osteoporose. A prevenção da osteoporose envolve
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Gerenciar os fatores de risco (por exemplo, parar de fumar e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e cafeína)
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Consumir quantidades adequadas de cálcio e vitamina D
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Praticar exercícios com suporte de peso (como fazer caminhadas, subir escadas ou levantamento de peso)
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Tomar determinados medicamentos (para certas pessoas)
Algumas medidas podem ajudar a prevenir fraturas. Muitos idosos correm o risco de cair devido a má coordenação e equilíbrio, visão deficiente, fraqueza muscular, confusão e uso de medicamentos que causam tontura quando se levantam ou de medicamentos que podem causar confusão. Modificar o ambiente familiar para garantir segurança e trabalhar com um fisioterapeuta para desenvolver um programa de exercícios pode ajudar. Exercícios de fortalecimento, incluindo fortalecimento do tronco (“core”), podem ajudar a melhorar o equilíbrio.
Tratamento
Intervenções não farmacológicas devem ser consideradas em primeiro lugar, como aumento da atividade física, cessação do tabagismo, aumento da ingestão de cálcio e evitar barreiras que possam induzir quedas.
Mulheres próximas da menopausa, com fatores de risco e valores desintométricos na faixa definida como osteopenia, na ausência de fratura, são suscetíveis de receber tratamento preventivo.
Em relação ao aporte de cálcio e vitamina D, durante o tratamento antirreabsortivo, deve-se garantir a ingestão diária de 1.500 mg de cálcio e 800 UI de vitamina D.
As drogas que se mostraram úteis no tratamento da osteoporose são o raloxifeno (modulador seletivo do receptor de estrogênio), a calcitonina (hormônio polipeptídico que inibe a reabsorção dos osteoclastos), os bisfosfonatos, o paratormônio (hormônio da paratireoide) e o ranelato de estrôncio (produz aumento da massa óssea). formação e uma diminuição simultânea na reabsorção, com um equilíbrio de aumento da densidade óssea).