Por RAQUEL LUIZA,
O que é pseudoartrose?
Pseudoartrose é o termo utilizado quando uma fratura não apresenta a consolidação óssea. A origem do termo vem do grego que significa falsa articulação, isto porquê nesses locais muitas vezes apresentava a mobilidade ou eventualmente radiograficamente se assemelhava a uma articulação. Existe uma falha ao reparar uma fratura. Ou seja, o processo de reparo ósseo parou, dando origem a uma cavidade com uma membrana de tecido fibroso e líquido em seu interior.
Geralmente é consequência do tratamento inadequado das fraturas ou da falta de vascularização óssea.
Por que ela ocorre?
Tem vários fatores que favorecem para um retardo de consolidação e pseudoartrose, entre eles podemos citar fatores individuais e fatores locais da fratura. Entre os fatores individuais temos o tabagismo, a diabetes, neuropatias, idade do paciente, condição Clínica e nutricional do mesmo e uso de medicamentos, principalmente anti-inflamatórios. Quanto aos fatores locais da fratura podemos citar lesões de partes moles, isquemia, energia do trauma, gravidade e localização das fraturas (diáfise, metáfise) e excesso ou falta de mobilidade no foco de fratura.
Sintomas
Clinicamente os pacientes com pseudoartrose vão apresentar dor no foco de fratura, edema e eventualmente mobilidade, mas isto não é uma regra pois muitas fraturas que não consolidam foram tratadas cirurgicamente com estabilização de algum implante. Quando associada à uma infecção óssea, podemos observar ainda sintomas desta, comum sinais flogísticos (dor, vermelhidão, edema, calor local) e saída de secreção pela pele no foco da fratura.
O sintoma mais evidente é a mobilidade anormal dos fragmentos de uma fratura ocorrida há meses e geralmente imobilizada por muito tempo.
Distúrbios dos tecidos moles também são observados: atrofias musculares, lesões cutâneas e/ou aderências tendíneas e capsulares.
Pode ser indolor.
Causas da pseudoartrose
Como apontamos acima, a pseudoartrose está relacionada a uma falha no processo de consolidação do osso fraturado. Isto pode estar relacionado a vários fatores, e alguns dos principais são:
- Instabilidade mecânica
- Vascularização deficiente no local da fratura
- Tratamento e acompanhamento inadequados ou tardio da fratura
- Presença de lacuna entre os fragmentos do osso
É importante considerar que alguns fatores, como presença de diabetes, nutrição inadequada e tabagismo exercem influências negativas sobre o processo de cicatrização. Assim, atitudes como parar de fumar e adotar uma dieta equilibrada e um estilo de vida ativo, podem ajudar a evitar este e outros problemas.
Diagnóstico
O diagnóstico desta condição é feito através da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente, da realização do exame clínico e da análise radiográfica.
Na maior parte das vezes, tal diagnóstico é feito pelo próprio ortopedista que está acompanhando a cicatrização da fratura. Habitualmente é declarada após 6 a 8 meses de acompanhamento da fratura.
No exame radiológico observa-se interrupção da continuidade da área esquelética acometida.
A patologia característica é a presença interfragmentária de tecido conjuntivo fibroso mais ou menos maduro.
Tratamento
O tratamento ideal dessa condição pode ser necessário nova abordagem cirúrgica. Por isso o retorno às consultas e o cumprimento das orientações médicas são tão importantes! É neste momento que o médico ortopedista irá avaliar o andamento do processo de consolidação óssea.