Por mês, unidade realiza 60 exames para detecção de retinopatia da prematuridade; outros hospitais da rede pública também oferecem tratamento
Agência Brasília* | Edição: Carolina Lobo
“É uma doença específica do prematuro”, explica o médico oftalmologista José Alberto de Aguiar Júnior. Com um oftalmoscópio, o servidor avalia a retina dos bebês em busca de sinais da doença. Praticamente a metade dos prematuros pode desenvolver o início do quadro, mas, na maioria dos casos, nem é preciso fazer tratamento.
Mensalmente, o HRT realiza 60 mapeamentos de rotina em bebês, tanto nascidos na sua própria maternidade quanto encaminhados por outras unidades. O Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) e o Hospital Regional da Asa Norte (Hran) também fazem o exame nos bebês prematuros. Em caso de agravamento, as três unidades oferecem o tratamento. “Se você faz o tratamento no tempo certo, a criança não terá problema na visão. O segredo é a prevenção”, acrescenta o oftalmologista.
Cuidado
O Novembro Roxo, campanha destinada à conscientização sobre as causas e consequências do parto prematuro, com menos de 37 semanas de gestação, também destaca os cuidados necessários com bebês, mesmo após a alta hospitalar. “Para mim, tudo é muito novo. Os cuidados são maiores com um prematuro”, conta Joelma Silva, mãe de Júlia Vitória, que nasceu com 30 semanas e também fez o mapeamento de retina no HRT.
O pai da menina, João Batista de Souza, destaca o atendimento dado no hospital desde o dia do nascimento: “A medicina avançou muito e esses exames ajudam a detectar qualquer coisa”.
Teste do olhinho
A Secretaria de Saúde alerta que é importante não confundir o exame de detecção da retinopatia da prematuridade com o reste do reflexo vermelho, popularmente chamado de teste do olhinho. Como o nome sugere, o primeiro procedimento é indicado apenas para as crianças que nasceram com menos de 37 semanas. Já o teste do olhinho é feito em todas as crianças, logo após o parto.
Desde 2008, a Lei Distrital 4.189 garante a realização do teste do olhinho para todas as crianças nascidas no Distrito Federal. O exame ajuda a identificar o risco de desenvolvimento de doenças como catarata congênita, além de hemorragias e o tumor retinoblastoma. Em todos esses casos, a rede pública do Distrito Federal também oferece o tratamento.
*Com informações da Secretaria de Saúde