Por Raquel Luiza
Tumor cutâneo derivado de melanócitos.
É o tumor cutâneo mais agressivo devido à grande capacidade de causar metástases.
A exposição ao sol é um dos principais fatores de risco.
Além disso, lesões como o nevo congênito gigante ou o nevo displásico podem progredir para melanoma.
Esse tipo de câncer é mais frequente em adultos de pele branca e pode estar presente em qualquer parte do corpo, seja pele ou mucosas.
No entanto, ele também pode ocorrer em adultos de pele preta, com maior ocorrência na palma das mãos ou sola dos pés.
Apenas 3% dos casos de melanoma no Brasil são tumores malignos. No entanto, esses 3% são considerados muito graves, pois possui alta possibilidade de ocorrer metástases pelo corpo, e o câncer se espalhar por outros órgãos.
Quais são os sintomas?
O melanoma pode surgir em uma parte normal da pele ou onde há uma região pigmentada, como as pintas.
Quando a doença se manifesta em uma região de pele homogênea, surgem sinais ou pintas escuras com bordas irregulares, que também podem apresentar coceira ou descamação.
Formas clinicamente diferentes de apresentação são reconhecidas:
- Melanoma expansivo superficial: é o mais frequente. Está relacionada à exposição solar aguda e intermitente. Ele está localizado nas pernas nas mulheres e nas costas nos homens. É uma lesão de crescimento lento, com fenômenos de regressão, mudanças de cor e bordas irregulares.
- Melanoma nodular: é uma variedade muito agressiva. Aparece na cabeça ou tronco com um nódulo com crescimento profundo desde o início.
- Melanoma lentiginoso acral: afeta palmas das mãos, plantas dos pés, unhas e membranas mucosas dermopapilares. É mais frequente na raça negra.
- Melanoma lentigo maligno: é observado em áreas expostas ao sol (caracteristicamente na face) e é mais frequente em idosos. Havia lentigo maligno quando a lesão se limita à epiderme e lentigo maligno melanoma quando a lesão se torna invasiva.
Fatores que aumentam o risco de ocorrer um melanoma
- Frequência de exposição prolongada ao Sol;
- Bronzeamentos artificiais;
- Pessoas albinas, ruivas ou loiras;
- Histórico familiar.
Como é realizado o diagnóstico?
A suspeita é feita pelo exame da lesão e dermatoscopia (microscopia de superfície ou epiluminescência).
O diagnóstico definitivo é baseado na biópsia e no exame anato patológico.
A classificação de Clark divide o melanoma em níveis de acordo com a profundidade que atinge:
I. corresponde ao melanoma intraepidérmico.
II. Existem células isoladas na derme papilar.
III. Invade e expande a derme papilar.
IV. Ele se estende até a derme reticular.
V. Alcança a hipoderme.
Levando em consideração as variações regionais na espessura das diferentes camadas da pele, o índice de Breslow é mais útil, ou seja, a medida em milímetros desde a camada granular até as células mais profundas do tumor.
Podem ser realizados exames clínicos como a dermatoscopia, ou mais invasivos, como as biópsias.
Existe uma regra adotada internacionalmente para detectar sinais sugestivos de melanoma, ela é chamada de ABCDE:
- Assimetria: sinal com metades diferentes;
- Bordas: são irregulares, sem contorno definido;
- Cor: pode ter várias cores ou mudar de cor caso seja um sinal já existente.
- Diâmetro: atingir mais de 6 milímetros.
- Evolução: acompanhar mudanças de tamanho, cor ou formato.
TRATAMENTO
O diagnóstico precoce é essencial para a cura do melanoma.
A retirada do melanoma quando se limita à epiderme e não ultrapassa a membrana basal supõe uma sobrevivência de 100%. Ao romper a membrana basal e iniciar sua fase de crescimento vertical, o prognóstico piora.
O tratamento do melanoma primário consiste na exérese (remoção) cirúrgica da fáscia muscular com ampla margem de segurança.
Se os gânglios estiverem envolvidos, eles devem ser removidos.
Em estágios avançados, a dacarbazina atinge respostas parciais e de curta duração. Em melenomas de alto risco (linfonodos positivos ou linfonodos de Breslow maiores que 4 mm), o interferon alfa-2b (imunoterapia) melhorou o prognóstico desses pacientes.
Prevenção ao aparecimento do melanoma
A maior medida de prevenção contra o melanoma é evitar a exposição solar de 10 às 16 horas, quando existe maior incidência de raios ultravioleta.
Mesmo em outros horários, recomenda-se a exposição ao Sol apenas com uso de filtro solar, bonés, chapéus, óculos escuros e, sempre que possível, procurar lugares sombreados.
Além disso, evitar ambientes poluídos, tabagismo e alcoolismo também são ações importantes para a prevenção dos melanomas.