Por Raquel Luiza,
“Cefaleia” ou “Cefalalgia” são os nomes científicos para a popular “dor de cabeça”.
A dor de cabeça é um problema médico considerável, com impacto físico, social e econômico relevante. A ideia de que as dores de cabeça crônicas não têm tratamento está errada. É possível se oferecer melhor qualidade de vida para os doentes que sofrem com esse mal.
Segundo a Organização Mundial da Saúde ( OMS), cerca de 50% dos adultos no mundo sofrem de cefaleia e apresentam ao menos uma crise no útlimo ano. Além disso, se somados todos os tipos de cefaleia, elas correspondem à terceira maior causa de anos perdidos devido à incapacidade. Esse sintoma é também a 5ª causa de procura de serviço de emergência , sendo extremamente necessário diferenciar as causas graves e de perigo iminente à vida para intervir o mais precocemente possível.
A falha na diferenciação entre os tipos de cefaleia primária ou secundária pode ser fatal.
A causa mais temidas : Hemorragia subaracnoide, AVC Intraparenquimatoso, Câncer e Metastáses e Encefalites e Meningites.
Tanto pacientes com celafeia primária quanto seundária podem se apresentar na emergência buscando apenas alívio imediato de sua dor, sem descrever qualquer outro sintoma.
Causas
A dor de cabeça é, antes de qualquer coisa, um sintoma, o qual pode estar presente em variados quadros clínicos, desde um simples resfriado até uma dor de dentes.
Nesses casos, como parte de uma doença, a dor de cabeça se apresentará com outros sintomas, como febre, tosse e mal-estar. Chamamos essas dores de cabeça provocadas por outras doenças de cefaleias secundárias.
Porém, na maioria das vezes, a dor de cabeça se apresenta como o principal sintoma, ou o único, como nos casos das chamadas cefaleias primárias.
Tipos de dores de cabeça
Cefaleia primária
Cefaleia do tipo tensional: dor de cabeça leve a moderada, não pulsátil, geralmente com uma sensação de aperto ou pressão em toda a cabeça.
Enxaqueca: dor de cabeça unilateral, de intensidade moderada a forte, latejante ou pulsátil, frequentemente acompanhada de aversão a luz, barulho, cheiros, tonturas, náuseas e, às vezes, vômitos.
Cefaleia em salvas: dor de cabeça moderada a intensa, unilateral, normalmente retro-orbital (atrás do olho) ou na região das têmporas.
Cefaleia secundária
Dor de cabeça provocada por doenças e outras alterações do organismo, como infecções, disfunções endócrinas ou lesões.
Exemplos: dor de cabeça causada por sinusite, hipertensão arterial e alterações na articulação temporomandibular.
Característica da dor da cefaleia secundária
- como pior dor vida.
- Quando iniciada de forma abrupta
- Iniciada em pacientes > 50 anos
- De caráter progressivo
- Com piora ao sentar, ou ao decíbito, ou à manobra de Valsalva
- Aquela que acorda no meio da noite
- Piora com a tosse, atividade sexual ou exercício.
Presença de estigmas psiquiátricos: Usuário de drogas / Pessoas com doença psiquiátricas prévias /Discurso incoerente.
História de abuso ou abstinência de substância: Álcool, maconha, metanfetamina, cocaína, heroína, analgésicos, opiáceos.
Sintomas, doença e condições associadas: febre, estado confusional, redução do nível de consciência, convulsões, sinais neurológicos focais, mialgia, diplopia, sintomas gripais, sinusite, perda de peso, neoplasia, gravidez, imunocomprometidos, trombofilias.
História de traumas recentes: pensar em hematomas ou traumatismo cranioencefálico.
Uso de anrticoncepcionais , reposição hormonal ou anticoagulantes.
Por outro lado , para pensar em cefaleias primárias, é só raciocinar o inverso:
- Cefaleia já existente anteriomente, sem mudança do padrão típico;
- Ausência de novas característixa ( febre, trauma, convulsões , entre outras).
- Ausência de sinais neurológicos focaisou anormalidades no exame neurológico.
- Ausência de comorbidades de alto risco.
Inicialmente, no diagnóstico da cefaleia, é importante identificá-la como primária ou secundária, além de afastar a presença de possíveis sinais e sintomas de alerta que indicariam a necessidade de avaliação por exames de imagem, como tomografia computadorizada. O médico será a pessoa mais adequada para fazer o diagnóstico correto.
O atendimento multiprofissional da dor crônica envolve especialistas da área médica e cuidados de pré e pós-consulta diferenciados. Todos os profissionais envolvidos são treinados e formados para o cuidado ao paciente com dor crônica, proporcionando homogeneidade no atendimento.
Já a medicina física consiste em técnicas de tratamento da dor, como a fisioterapia, agulhamento e quiropraxia.
O uso indiscriminado de analgésicos comuns causa tolerância, dependência e pode provocar síndrome de abstinência. Alguns tipos de dor de cabeça crônicos são associados e perpetuados pela dependência do doente a analgésicos comuns, como aspirina, paracetamol e anti-inflamatórios.
Só um profissional poderá analisar qual o seu tipo de dor de cabeça, quais as causas e tratamentos adequados.