Depois de semanas de discussão, a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), e o Comitê Especializado em Aditivos Alimentícios (JECFA), da Organização de Comida e Agricultura (FAO), decidiram enquadrar o adoçante artificial aspartame no grupo 2B de cancerígenos, que inclui substâncias “possivelmente cancerígenas”.
O IARC separa os cancerígenos em quatro grupos:
- 1 (cancerígeno)
- 2A (provavelmente cancerígeno)
- 2B (possivelmente cancerígeno) e
- 3 (sem classificação sobre o risco de câncer). Junto com o aspartame, no grupo 2B, estão aloe vera, extrato de ginko biloba e gasolina, por exemplo.
Os grupos são amplos e não separam as substâncias pelo perigo de câncer, e sim pela quantidade de evidências científicas disponíveis sobre cada uma.
O aspartame é um adoçante artificial composto por dois aminoácidos, o ácido aspártico e a fenilalanina. Criado em 1965, ele é quase 200 vezes mais doce que o açúcar e, por isso, é usado em pequenas quantidades, gerando um intenso dulçor. Seu uso, porém, já foi associado até à ansiedade em estudos científicos.
O grupo considerou as evidências sobre o aspartame e a incidência de câncer, por exemplo, como “limitadas” e “não convincentes”.
“O grupo 2B geralmente é usado quando há evidências limitadas, mas não conclusivas, de ligação com câncer em humanos, ou dados convincentes de câncer em animais”, explicam as entidades, em comunicado enviado à imprensa.
“As informações sobre o aspartame indicaram que, enquanto a segurança não é uma grande preocupação nas doses utilizadas normalmente, alguns efeitos potenciais foram descritos e precisam ser investigados por mais e melhores estudos”, afirma o diretor do Departamento de Nutrição e Segurança da OMS, Francesco Branca.