Estudo identifica alvos terapêuticos potenciais para o câncer de mama mais comum

Por RAQUEL LUIZA,


O câncer de mama surge a partir de um pequeno grupo de células que desenvolveu uma orientação genética para se multiplicarem sem controle e passaram por uma reprogramação metabólica que permite a tais células executarem esta função.

As chamadas células-tronco do câncer de mama (BCSCs) têm no colesterol e seus derivados um fator intrínseco que auxilia na integridade das membranas e no metabolismo que suporta a sobrevivência e a proliferação celular.

A novidade é que pesquisadores da Universidade do Texas Northwestern anunciaram a identificação de componentes nesta via do colesterol que podem se tornar importantes alvos para o tratamento do tipo de câncer de mama. A publicação na Science Advances lembra que a maioria dos cânceres de mama é positiva para receptores de estrogênio (RE).

Também já foi demonstrado que o principal metabólito do colesterol, o oxiesterol 27-hidroxicolesterol (27HC), é um modulador endógeno do RE e promove a progressão do câncer de mama RE-positivo. Por fim, estudos recentes documentaram elevada síntese de colesterol nas BCSCs, mas o significado desta descoberta carecia de maior entendimento.

Agora, os pesquisadores do Texas utilizaram modelos genéticos de câncer de mama em camundongos e em humanos para explorar o papel do gene ZMYND8, que o grupo havia identificado anteriormente como relacionado ao crescimento dos tumores de mama. Foi explorado seu papel específico na tumorigênese inicial, em especial nas BCSCs.

Ao eliminarem o ZMYND8 das células neoplásicas, os pesquisadores descobriram que os tumores perderam a capacidade de autorrenovar as BCSCs e de promover sua transformação final em células cancerígenas. Mecanisticamente, foi visto que a atividade do ZMYND8 é necessária para o aumento da produção de 27HC ao mesmo tempo em que bloqueia sua degradação.

O acúmulo resultante de 27 HC nas células leva à ativação do receptor X hepático (LXR) que promove alterações na expressão gênica que favorecem a transformação tumoral.

Segundo os autores, tais achados credenciam a via ZMYND8-27HC como potenciais alvos terapêuticos para futuras intervenções para cânceres de mama RE-positivo e até triplo negativo.

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Fonte: https://www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abn5295

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