Por Raquel Luiza,
A hipertensão arterial é o principal fator de risco cardiovascular em todo o mundo, afetando estimados 30% da população adulta. Em sociedades com altos índices de obesidade, como os EUA, estima-se que até 48% da população adulta seja hipertensa. Em função disso, é extremamente importante diagnosticar correta e precocemente esses indivíduos de forma a poder intervir com antecedência na tentativa de reduzir o risco cardiovascular.
A novidade é que pesquisadores da UT Southwestern Medical Center estão sugerindo que existe uma forma mais precisa de diagnosticar a condição que a preconizada atualmente. A publicação do grupo na revista Scientific Reports lembra que a triagem da hipertensão arterial costuma ser feita pela aferição da pressão arterial com o paciente sentado no consultório médico.
E em caso de alterações, fica indicada a monitorização ambulatorial de pressão arterial de 24 horas (MAPA). Entretanto, segundo os pesquisadores, na maior parte do dia, o ser humano permanece em atividade, se movimentando. Desta forma, a equipe decidiu avaliar a eficácia da aferição da pressão arterial com o paciente em ortostase. Para isso, foram recrutados 125 indivíduos saudáveis, com idades entre 18 e 80 anos, sem histórico de hipertensão arterial, uso de medicamentos para hipertensão ou outras comorbidades conhecidas.
Todos os participantes tiveram a pressão arterial aferida na posição sentado no consultório, na posição de pé no consultório e realizaram MAPA de 24 horas. Na avaliação dos resultados, a sensibilidade, ou seja, a precisão na detecção de uma condição, ou resultado “positivo”, e a especificidade, ou seja, a precisão na detecção de ausência de uma condição, ou resultado “negativo”, para detecção de hipertensão nas medidas sentadas foram de 43% e 92%, enquanto o a sensibilidade e a especificidade nas medidas em pé foram de 71% e 67%.
Quando esses dados foram comparados com o MAPA, os pesquisadores descobriram que 33,6% dos participantes tinham hipertensão arterial. Daqueles com hipertensão, a idade média era de 55,7 anos e 57% eram adultos do sexo feminino, 55% eram adultos brancos, 29% eram adultos negros, 16% eram adultos asiáticos e 16% eram de etnia hispânica/latina. Dos participantes sem hipertensão, a única diferença significativa na demografia observada foi a idade mais jovem, de 45,3 anos.
Segundo os autores, seus resultados indicam que é preciso confirmar se a aferição da pressão arterial em ortostase oferecerá uma melhor oportunidade de diagnosticar a hipertensão em indivíduos já com a doença, porque para a triagem de pessoas saudáveis, este já parece ser o caso.
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