Por Raquel Luiza,
Conjunto de sinais e sintomas derivados da deficiência do hormônio tireoidiano.
Os hormônios tireoidianos, tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), desempenham funções essenciais no desenvolvimento e no metabolismo. Eles participam do crescimento e do desenvolvimento adequado do corpo (particularmente do sistema nervoso) desde o nascimento, estão envolvidos na produção de calor e termo regulação e nos processos metabólicos de proteínas, gorduras, carboidratos, carotenos e vitamina A, e na regulação da contração muscular e motilidade intestinal.
Quando o hipotireoidismo é devido a distúrbios da hipófise ou hipotálamo (deficiência de hormônios que estimulam a tireoide), é denominado hipotireoidismo secundário (5% dos casos).
O hipotireoidismo primário é devido a um distúrbio primitivo da glândula tireoide.
Sua causa mais frequente é a remoção cirúrgica da glândula ou sua destruição com iodo radioativo no tratamento do hipertireoidismo.
Outras causas são hipoplasia ou ( aplasia) déficit no desenvolvimento glandular), distúrbio congênito da síntese do hormônio tireoidiano ou tireoidite de Hashimoto.
Um em cada 5.000 recém-nascidos tem hipotireoidismo congênito.
Quais são os sintomas?
Os sintomas mais comuns de hipotireoidismo congênito são sonolência, persistência de icterícia fisiológica, choro intenso e distúrbios alimentares. Sem tratamento, evolui para um quadro característico denominado cretinismo: baixa estatura, língua proeminente, nariz achatado, pele seca, abdome proeminente e alterações do desenvolvimento intelectual. Quando ocorre em adultos, a doença se desenvolve progressivamente.
A função diminuída dos hormônios tireoidianos resulta em fadiga, letargia, constipação, voz rouca, pele seca, intolerância ao frio e distúrbios menstruais. Na evolução, observa-se comprometimento da atividade intelectual e motora.
O hipotireoidismo grave não tratado pode causar estupor e hipotermia, denominada crise mixedematosa, que pode ser fatal. É manifestada por apatia, déficit de atenção ou diminuição das funções intelectuais, confusão, psicose ou coma. No exame físico, podem ser observados hipertensão ou hipotensão e até choque, e temperatura corporal geralmente menor que 35,5 C.
Como é realizado o diagnóstico?
A determinação dos hormônios do eixo hipotálamo-hipófise-tireoide deve ser realizada.
Os níveis plasmáticos de TSH (hormônio estimulador da tireoide ou tireotropina) são normais ou diminuídos no hipotireoidismo de origem hipofisária ou hipotalâmica (hipotireoidismo secundário) e aumentados no processo devido à lesão primária da glândula tireoide.
A lira T4 (não ligada às proteínas) e T3 estão diminuídos.
Para o diagnóstico de hipotireoidismo congênito, todos os recém-nascidos devem ser examinados nos primeiros cinco dias de vida.
Tratamento
O tratamento envolve a reposição do hormônio tireoidiano usando uma das várias preparações orais. A forma preferida de reposição hormonal é por meio de uma forma sintética de T4 (levotiroxina). Outra forma, a tireoide dessecada (seca), é obtida de tireoides de animais, mas ela não costuma mais ser usada com muita frequência. Em geral, a tireoide dessecada é menos eficaz que o T4 sintético, porque o teor de hormônios tireoidianos contido nos comprimidos pode variar. No caso de emergências, como o coma mixedematoso, é possível que o médico administre T4 sintético, T3 (triiodotironina) ou ambos por via intravenosa.
O tratamento começa com pequenas doses do hormônio tireoidiano, porque uma dose muito elevada pode causar efeitos colaterais graves, embora às vezes possa ser necessário usar doses elevadas. A dose inicial e a taxa de aumento são especialmente pequenas nos idosos, que têm frequentemente maior risco de reações adversas. A dose é aumentada gradualmente até que os níveis de TSH no sangue da pessoa voltem ao normal. Durante a gravidez, as doses geralmente precisam ser aumentadas.