Por Raque Luiza,
GLÂNDULAS ADRENAIS
Das formações piramidais que se localizam no polo superior de ambos os rins, na cavidade abdominal. São de cor cinza e se adaptam à convexidade dos polos renais superiores. No seu interior pode ser distinguida das regiões: a periférica, o córtex adrenal, e a central, a medula adrenal. O córtex adrenal produz corticosteroides minerais, que mantêm o equilíbrio entre fluidos e diferentes minerais do corpo: glicocorticoides que regulam o metabolismo da glicose, gorduras e proteínas e pequenas quantidades de hormônios sexuais. A medula adrenal produz os hormônios adrenalina e nodrenalina, que atuam em diferentes sistemas e dispositivos, principalmente o cardiovascular, e permitem que o corpo se adapte a situações estressantes.
A insuficiência suprarrenal se produz quando há deficiência de hormônios produzidos pelo córtex adrenal.
O córtex adrenal produz andrógenos e estrógenos, que desempenham seu papel no desenvolvimento sexual e na reprodução; glicocorticoides (cortisol), que atuam na resposta do organismo ao estresse e à inflamação; e mineralocorticoides (aldosterona), que estão envolvidos na regulação do equilíbrio de sódio e potássio.
Quando é devido à destruição do córtex adrenal (o mais comum), é conhecida como doença de Addison e, na maioria dos casos, tem causa autoimune.
Outras causas de insuficiência adrenal são lesões da hipófise ou hipotálamo, que causam deficiência de fatores que estimulam a síntese do hormônio adrenal, ou supressão prolongada do hipotálamo e da glândula pituitária devido à administração de corticosteroides.
Quais são os sintomas da Insuficiência Suprarrenal?
Os sintomas aparecem lenta e progressivamente.
Os pacientes podem apresentar fraqueza extrema, perda de peso, dor abdominal, náuseas e vômitos, anorexia (perda de apetite), diarreia, desejo por sal e pressão arterial baixa.
O aumento do ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) liberado pela hipófise em resposta aos baixos níveis de cortisol, produz aumento da pigmentação na maioria das áreas de pressão, cotovelos, joelhos e cicatrizes.
A crise adrenal aguda é um quadro que ocorre em diferentes situações de estresse como traumas, intervenções cirúrgicas, infecções ou desidratação. Nesse caso, o sinal predominante é o choque, com astenia profunda, dor abdominal, confusão, hipoglicemia e comprometimento da função renal. Esses pacientes podem apresentar hipotermia, embora a temperatura geralmente esteja elevada, pois a causa precipitante costuma ser uma infecção.
Como é realizado o diagnóstico?
Nas análises ao sangue, observa-se diminuição da concentração de sódio, cloro e bicarbonato e aumento da concentração de potássio.
Anemia e hipoglicemia são comuns.
As concentrações de cortisol urinário e plasmático e de aldosterona estão diminuídas.
Na doença de Addison, a administração de ACTH não provoca aumento dos níveis de cortisol plasmático, ao contrário do que ocorre quando a causa da insuficiência adrenal é de origem hipofisária (hipopituitarismo).
Tratamento
Na doença de Addison, a terapia de substituição com mineralocorticoides e glicocorticoides está indicada.
Os glicocorticoides (preferencialmente hidrocortisona) são administrados na tentativa de simular o ritmo circadiano normal de secreção (alto no início da manhã e baixo à tarde).
Os pacientes devem aprender a ajustar as doses de glicocorticoides em situações de estresse (requer aumento da dose) e devem sempre levar consigo um cartão de identificação.
Pacientes com doença de Addison, mas não aqueles com insuficiência adrenal secundária, também requerem reposição de corticosteroide para prevenir perdas de sódio. Para isso, é utilizada a Fludrocortisona.
Na crise adrenal, os corticosteroides intravenosos são usados associados à reposição adequada de fluidos e eletrólitos.