Por RAQUEL LUIZA,
Uma pesquisa recente revelou um teste ocular simples que pode ser crucial para diagnosticar o autismo precocemente. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange vários distúrbios de neurodesenvolvimento que afetam a interação social, a comunicação e podem resultar em comportamentos repetitivos.
Atualmente, o diagnóstico do TEA muitas vezes depende da observação de sinais pelos pais, o que pode levar a um longo processo até a confirmação da condição. No entanto, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Francisco identificaram um teste ocular simples que pode ajudar nesse processo.
O estudo concentrou-se no gene SCN2A, que desempenha um papel importante na função cerebral. Variantes desse gene estão associadas ao TEA. Surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que os ratos com uma variante do gene SCN2A não apresentavam diferenças comportamentais significativas no lobo frontal do cérebro, área geralmente associada ao autismo.
Em vez disso, eles observaram diferenças no funcionamento do cerebelo, que pode ser avaliado por meio do reflexo vestíbulo-ocular (VOR). Testes realizados em humanos confirmaram que as diferenças no VOR eram distintas entre portadores de TEA e indivíduos neurotípicos.
Embora ainda haja muito a ser feito antes de aplicar essas descobertas no tratamento do TEA, o estudo oferece uma promissora abordagem diagnóstica que pode melhorar a identificação precoce da condição e, consequentemente, a eficácia das intervenções.
