PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO -ANEURISMA CEREBRAL

Por Raquel Luiza,

 

ANEURISMA CEREBRAL

Dilatação localizada de um ou mais vasos arteriais cerebrais.

 

Pode ser congênito ou adquirido. Eles estão relacionados à hipertensão, tabagismo, consumo de álcool, doença renal policística, síndrome de Marfan e displasia fibromuscular.

Os aneurismas saculares geralmente estão localizados em áreas de bifurcação arterial. Elas afetam preferencialmente a circulação cerebral anterior (união da artéria comunicante anterior com a cerebral anterior). Pode ser múltiplo.

Aneurismas fusiformes apresentam-se como vasos largos e tortuosos. Eles geralmente estão localizados na artéria basilar.

Os aneurismas micóticos são causados ​​por infecção da parede vascular e se apresentam como uma complicação da endocardite bacteriana.

A ruptura de um aneurisma causa extravasamento de sangue para o espaço subaracnídeo ou hemorragia subaracnóidea.

 

SINTOMATOLOGIA

 

Os sintomas podem ser decorrentes do crescimento ou expansão do aneurisma: cefaleia localizada na região frontal ou temporal, midríase reativa (pupila dilatada que não responde à luz) ou distúrbios da musculatura ocular e do campo visual.

Um aneurisma rompido resulta em hemorragia subaracnóidea. Apresenta-se como cefaleia súbita, explosiva, holocraniana, que piora durante sua evolução, geralmente relacionada ao esforço físico ou às manobras de Valsava. Pode ser acompanhada de fotofobia, náusea, vômito e diminuição do nível de consciência. O exame pode ser anódico, exceto pela presença de sinais meníngeos (ausentes nos casos leves ou muito precoces). Também pode haver febre e sinais neurológicos focais e ser acompanhados ou precedidos por convulsões.

A avaliação clínica do paciente com hemorragia subaracnóidea é baseada na escala de Hunt e Hess:

Grau 0: aneurisma intacto.

Grau I: cefaleia assintomática ou mínima. Ligeira rigidez do pescoço.

Grau II: cefaleia moderada ou intensa. Torcicolo. Sem déficits neurológicos graves, exceto para envolvimento dos nervos cranianos.

Grau III: confusão, sonolência ou déficits focais leves.

Grau IV: estupor. Hemiparesia moderada ou grave. Alterações vegetativas.

Grau V: coma profundo. Rigidez descerebrada. Aparência morrendo.

As complicações mais frequentes são hidrocefalia (obstrução do fluxo do líquido cefalorraquidiano e compressão das estruturas cerebrais), ressangramento (até 50% de chances em 6 meses sem tratamento) e vasoespasmo (estreitamento anormal e difuso das artérias cerebrais após a ruptura do aneurisma que condiciona um maior déficit neurológico).

 

DIAGNOSTICO

O diagnóstico de hemorragia subaracnóidea é confirmado por tomografia axial computadorizada. Se esta tomografia não for diagnóstica, pode ser realizada punção lombar (punção do espaço intervertebral na região lombar para obtenção de amostra de líquido cefalorraquidiano).

A localização do aneurisma é estabelecida pela angiografia cerebral, que consiste na injeção intravascular de uma substância radiopaca que permite a visualização da árvore arterial cerebral.

 

TRATAMENTO

Cerca de 25% dos aneurismas cerebrais rotos são fatais nas primeiras 24 horas e aproximadamente outros 25% são fatais nos primeiros 3 meses.

O tratamento médico inicial do paciente com HAS consistirá no seguinte mediado: repouso absoluto (cabeceira incorporada a 30 graus), analgesia (incluindo opiáceos), nimodipina (reduz a morbidade associada ao vasoespasmo e o risco de ressangramento), tratamento anti-hipertensivo (na presença de uma PA sistólica maior que 170 mmHg e / ou PAD maior que 100 mmHg, com inibidores da ECA ou com labetalol), e o tratamento de complicações não neurológicas (arritmias, edema agudo de pulmão, infecções e metabólicas complicações).

O tratamento cirúrgico ou endovascular tem como objetivo reduzir a possibilidade de ressangramento e poder realizar tratamento intensivo em caso de aparecimento de vasoespasmo. Em pacientes com boa situação clínica (Hunt e Hess graus I, II e III) e em aneurismas não complicados, a intervenção é recomendada antes de 72 horas. Um pinçamento neurocirúrgico ou endovascular do colo do aneurisma pode ser realizado colocando-se stents nos aneurismas que têm um colo largo ou fusiforme ou colisões de platina que ocluem o saco aneurismático.

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