No DF, os pacientes são tratados nas unidades básicas de saúde. Chance de cura é de 95%
O dia 24 de março reforça a luta contra um mal antigo, mas ainda letal: a tuberculose. Nessa data, quando o mundo organiza ações de prevenção, é também momento para conscientizar a população sobre essa doença bacteriana, altamente infecciosa e que tem entre os principais sintomas a tosse marcante e persistente.
O Distrito Federal conta com uma rede para o enfrentamento à doença, que é de transmissão aérea. A infecção ocorre a partir da inalação de partículas contendo bacilos expelidos pela tosse, fala ou espirro do doente. Em 2020, a Secretaria de Saúde registrou 387 casos de tuberculose em nosso território. Já em 2021, foram 58 até o momento.
Em 2020, a Secretaria de Saúde registrou 387 casos de tuberculose em nosso território. Já em 2021, foram 58 até o momento
Na rede pública da capital, o atendimento aos pacientes é feito por médicos da Atenção Primária. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) oferecem o tratamento indicado, que passa por uma série de exames e três tipos de medicamentos antibióticos. Estes não são encontrados em farmácias comuns.
“É importantíssimo lembrar que é uma doença que ainda mata e é transmissível. A tosse é um sinal muito importante, então é preciso procurar uma unidade de saúde se estiver tossindo por um período de três semanas”, explica Lindivânia Brandão, coordenadora do programa de tuberculose da Secretaria de Saúde. “O atendimento é gratuito e fundamental para poder diagnosticar o quanto antes”, complementa.
Outros sintomas comuns são a febre vespertina (febre alta, comum no final do dia), sudorese, emagrecimento, cansaço, além da tosse, que pode ser seca ou com secreção.
Profissionais
De acordo com Lindivânia, o GDF vem oferecendo treinamentos em parceria com o Ministério da Saúde para capacitar profissionais de saúde para o manejo da tuberculose. São cursos anuais e o último foi realizado em dezembro de 2020.
A capital do país possui ainda um Plano de Enfrentamento à Tuberculose, que reúne diretrizes norteadoras para ações de prevenção e controle da doença nas regiões de saúde
“Também temos aqui os testes rápidos para a tuberculose, que são feitos usando o escarro do paciente. Ele é eficaz para facilitar o diagnóstico precoce e queremos levá-los para um número cada vez maior de unidades”, revela a coordenadora.
A capital do país possui ainda um Plano de Enfrentamento à Tuberculose, que reúne diretrizes norteadoras para ações de prevenção e controle da doença nas regiões de saúde. O projeto prevê ações voltadas não só para assistência, mas também um sistema de apoio e pesquisa e inovação.
Chance de cura
“O bacilo de Koch (causador da doença) é muito potente. Se o paciente se trata corretamente, a chance de cura é de 95 %”Celso Rodrigues, pneumologista
E numa época de surto de Covid-19 em todo o país, é recomendável redobrar os cuidados. Os pacientes tuberculosos estão mais propícios a serem acometidos por outras doenças, como a causada pelo coronavírus. Segundo o médico-pneumologista, Celso Rodrigues, a queda de imunidade é o principal fator.
Rodrigues ressalta ainda a necessidade de não se interromper o tratamento que dura cerca de seis meses “O bacilo de Koch (causador da doença) é muito potente. Se o paciente se trata corretamente, a chance de cura é de 95 %”, afirma. “Mas a maioria deixa de tomar os medicamentos, e daí temos de retomar o tratamento de forma mais agressiva já que a bactéria se torna mais resistente”, conclui o pneumologista.
Dia Mundial de Tuberculose
A tuberculose é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (também conhecida como bacilo da tuberculose ou bacilo de Koch). A data escolhida foi uma homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da tuberculose, ocorrida em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.